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Capital

Vereadores ouvem explicações sobre espancamento ocorrido nas Lojas Americanas

Vanda Escalante | 24/05/2011 11:16

Em nova audiência, marcada para esta quarta-feira (25), serão ouvidos a vítima e o presidente do Sindicato dos Vigilantes

Silzemar Mendonça, Advogado das Lojas Americanas, apresentou aos vereadores versão da empresa sobre agressão a cliente. (Foto: Vanda Escalante)
Silzemar Mendonça, Advogado das Lojas Americanas, apresentou aos vereadores versão da empresa sobre agressão a cliente. (Foto: Vanda Escalante)

Em audiência na manhã desta terça-feira (24), representantes das Lojas Americanas apresentaram na Câmara Municipal sua versão a respeito da agressão ao cliente Marcio Antonio de Souza, ocorrida há um mês, depois de abordagem que teria sido motivada pela suspeita de furto de ovos de Páscoa.

As explicações solicitadas pelos vereadores foram adiadas por duas vezes, mas segundo o presidente da Câmara, Paulo Siufi (PMDB), quem solicitou a remarcação das datas foi a própria Câmara, e não as Americanas.

O advogado da empresa, Silzemar Mendonça, disse aos vereadores que as Lojas Americanas “repudiam e não aceitam qualquer tipo de agressão”, mas manteve a tese de que o vigilante Décio Garcia de Souza agiu em “legítima defesa”.

O advogado afirmou ainda que Décio normalmente não atuava nas Lojas Americanas, mas, por ser chefe da segurança na empresa FV (que é responsável pelo serviço nas Americanas), teria sido deslocado para reforçar a vigilância na loja em virtude do grande movimento da véspera da Páscoa.

Mendonça afirmou ainda que as fitas entregues à polícia mostram Marcio dando empurrões em Décio enquanto era conduzido à sala da gerência da loja, o que comprovaria a alegação de que o vigilante agiu em reação às atitudes de Marcio. Em resposta aos questionamentos dos vereadores, o advogado disse também que a empresa de vigilância teria afastado Décio das funções temporariamente, enquanto a polícia investiga o caso.

A posição oficial das Lojas Americanas, de acordo com o advogado, é aguardar a conclusão das investigações e da atuação do judiciário a respeito do ocorrido. A empresa continua prestando serviço de vigilância às Lojas Americanas. Durante a explanação, em momento algum o advogado explicitou que a empresa esteja assumindo qualquer tipo de responsabilidade pelo ocorrido.

Presente no plenário, em companhia da Regina Bezerra, Marcio apenas assistiu à explanação do advogado da empresa, mas aceitou o convite dos vereadores para falar também a respeito do caso. A audiência ficou marcada para esta quarta-feira (25), às 9h, ocasião em que também será ouvido o presidente do Sindicato dos Vigilantes de Campo Grande e Região, Celso Adriano Gomes da Rocha.

A audiência foi conduzida pelo vereador Paulo Siufi e teve a participação dos vereadores Alex do PT e Dr. Jamal (PR), que fazem parte da Comissão Permanente de Cidadania e Direitos Humanos, além dos vereadores Athayde Nery (PPS), Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB), João Rocha (PSDB) e Vanderlei Cabeludo (PMDB). Entre os vereadores, a unanimidade é de que houve abuso, já que nem mesmo agressão prévia ou a confirmação de furto poderiam ter justificado a violência praticada pelo vigilante contra o cliente.

Sem filmagem - Depois da audiência a advogada de Marcio, Regina Bezerra, disse que é falsa a informação de que haja registro em vídeo de seu cliente empurrando o vigilante. “Não tem nada disso nas fitas entregues à polícia. Ao contrário, o que as filmagens mostram é que Marcio é que foi empurrado por Décio todo o tempo, enquanto era conduzido atá a sala do pânico”, afirmou.

“Não é da categoria” - Já o presidente do Sindicato dos Vigilantes, Celso Adriano Gomes da Rocha, repudiou a forma como têm sido rotulados os profissionais da categoria e afirmou que Décio agiu de forma irregular, uma vez que não é treinado para as funções de vigilante. “Parece que os vigilante são todos agressivos e despreparados, e não é assim. O que acontece é que as funções administrativas, de supervisor, como é o caso do Décio, podem ser exercidas por qualquer pessoa que não tem que ter o mesmo treinamento que nós”, argumentou.

O advogado da FV, Felipe Matos, também participou da audiência e defendeu a empresa. “É uma empresa séria, autorizada pela Polícia Federal, e estamos inclusive cumprindo o compromisso de submeter nossos profissionais a novos treinamentos e reciclagem não apenas com a [Polícia] Federal, mas também com especialistas da área de Direitos Humanos”, garantiu.

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