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A batalha da dengue

Por Heitor Freire (*) | 11/03/2013 08:15

A dengue é a bola da vez. É a celebridade do momento. Está em todas as mídias escrita, televisada, falada. Está em todas as rodas de conversa. Não se fala de outra coisa.
O vírus da dengue, provavelmente, se originou de vírus que circulavam em primatas na proximidade da península da Malásia.

O crescimento populacional aproximou as habitações da região à selva e, assim, mosquitos transmitiram vírus ancestrais dos primatas aos humanos que, após mutações, originaram nossos quatro diferentes tipos de vírus da dengue. Provavelmente, o termo dengue é derivado da frase swahili "ki dengu pepo", que descreve os ataques causados por maus espíritos e, inicialmente, usado para descrever a enfermidade que acometeu os ingleses durante a epidemia que afetou as Índias Ocidentais Espanholas em 1927-1928. Foi trazida para o continente americano a partir do Velho Mundo, com a colonização no final do século XVIII. E daí, aos poucos, foi se disseminando por todo o planeta.

Mato Grosso do Sul tem 19.956 casos notificados de dengue até o dia 26 de janeiro último, quando se encerrou a semana epidemiológica n° 4, conforme balanço da Secretaria de Estado de Saúde. O número é 65 vezes maior que o registrado na mesma semana epidemiológica do ano passado, quando foram notificados 307.

Campo Grande continua com o maior número de casos, 14.941 notificações e índice de incidência de 1.876 casos para cada 100 mil habitantes. Lembrando que os dados apresentados pelo Estado são computados até o dia 26 de janeiro, enquanto o último boletim da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) aponta que hoje a cidade tem 15.515 casos suspeitos.

Pois bem. A dengue como doença se apresentava para mim, à distância. Pelo noticiário sempre presente, mas à distância. De repente, sem pedir licença, entra sem bater, toma assento e senta praça. Em quem? Em minha família em dose tripla: na minha mulher, Rosaria, no meu genro Belchior Cabral, marido da minha filha Andréa, e em minha neta Isabela, filha da Alessandra e do Haroldo Braga. E agora? Toca a correr para o posto de saúde mais próximo, o do bairro Tiradentes, o da nossa paróquia.

E lá no posto de saúde, foram atendidos a Rosaria e o Belchior. A Isabela teve um tratamento particular. E como se sabe, nada acontece por acaso. A oportunidade dessa doença nos permitiu conhecer e tomar intimidade com o atendimento da saúde em nossa cidade, pela prefeitura. Ficamos agradavelmente surpresos. O atendimento foi de primeira: funcionários atentos, técnicas de enfermagem competentes, dedicadas, solícitas, médicos pacientes.

Com a epidemia instalada, o posto foi naturalmente invadido por uma população doente, carente de atendimento e postulando um atendimento pronto. O que foi feito. Não assisti nenhuma reclamação.

Como se sabe, a doença tem uma progressão que leva de 7 a 10 dias. Assim freqüentamos o posto por esse período todo, diariamente. Notamos a limpeza do local, com assepsia. Durante o atendimento, num determinado período, a Rosaria ficou tomando soro por mais de 6 horas em um ambiente refrigerado, em que 8 macas foram instaladas e os pacientes atendidos com toda atenção, respeito, competência, com as técnicas de enfermagem circulando constantemente, sem parar, entre os leitos, atendendo as necessidades de cada um, com cordialidade, como verdadeiros anjos guardiões de todos. Enfim, ficamos satisfeitos.

Na fase mais aguda, contamos com a valiosa atenção do nosso amigo, irmão, companheiro de fé, Cezar Galhardo que, com a sua competência inata e habitual, ajudou em muito a minimizar essa fase.

Serviu também, para mais uma vez, confirmarmos a total solidariedade da nossa família.

Fica aqui registrado o nosso agradecimento a todo o corpo clínico do posto de saúde dr. Antônio Pereira, cujo nome identifica o local e que foi um médico dos mais humanitários e dedicados que conheci.

Há poucos dias recebi uma mensagem via internet, em que um médico chamado Radjalma Cabral de Lima, informava sobre as qualidades do cravo amarelo, cujas folhas são compostas, com cheiro inconfundível. A recomendação é que se faça um chá fervido com 10 folhas para um litro de água. Envolvido com as tribulações da doença, quando busquei e consegui as folhas, a doença já estava no seu término. Dessa forma, não consegui comprovar a sua eficácia. De qualquer maneira fica a dica. Mal não vai fazer.

(*) Heitor Freire é corretor de imóveis e advogado.

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