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A história que estamos construindo

Antonio Russo Netto (*) | 12/10/2011 07:05

Sou paulista de nascimento e sul-mato-grossense de coração. Com pouco mais de 30 anos, em plena década de 70, adotei o município de Nova Andradina, no Vale do Ivinhema, como minha cidade natal. Lembro-me que, na época, havia muitos comentários sobre a divisão de Mato Grosso, com a consequente criação de Mato Grosso do Sul. Uma grande euforia tomava conta da população, esperando que esse acontecimento fosse o início de uma nova fase na vida de todos.

A expectativa geral era de que o nascimento do novo Estado pudesse criar as condições necessárias para a nossa rápida transformação econômica e social. Nosso destino já estava traçado e nosso futuro estava garantido, era o que se pensava. Certamente, os caminhos da história não seguem em linha reta. O percurso muitas vezes pode ser acidentado, havendo necessidade de recuos e avanços. Assim é que se dá com todo processo de aprendizagem. Os erros que ocorrem num momento servem para os acertos em outros e assim vamos construindo uma nova realidade.

Somente a passagem do tempo possibilita, dessa maneira, que façamos uma avaliação segura da estrada que percorremos. Assim, posso dizer hoje que a experiência que adquiri em Mato Grosso do Sul foi fundamental em minha vida sob todos os pontos de vista. Conforme fui acompanhando a história do Estado, meus vínculos afetivos foram crescendo. Hoje afirmo que não existe terra melhor para se viver.

Acho que isso, de certa forma, aconteceu com a maioria dos nossos conterrâneos, pois é dessa maneira que vamos adquirindo o amor pelos lugares, construindo nossa identidade e valorizando a nossa cidadania.

Por isso, quando analiso os 34 anos de existência de Mato Grosso do Sul percebo claramente que a decisão de desmembrar o Mato Grosso foi acertada, mesmo porque tal fato abriu espaços inéditos de desenvolvimento social e econômico para a região Centro-Oeste.

Mesmo enfrentando dificuldades pontuais na primeira década de sua existência, o Estado conseguiu reverter a situação, crescendo a uma taxa média anual de 6%, tornando-se um importante produtor agroindustrial, gerando riquezas, ao mesmo tempo em que assegurando a proteção ambiental e promovendo a inclusão social.

Sabemos que muito ainda precisa ser realizado. Mas olhando para os números do nosso desenvolvimento, temos taxas impressionantes de crescimento industrial (12% ao ano), além de produzir 10 milhões de toneladas de grãos por ano, 40 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, com um rebanho de 22 milhões de cabeça de gado (com a melhor qualidade genética do País) e uma ampla estrutura de serviços.

Nos últimos anos passamos por uma profunda transformação. Nossas cidades cresceram, a população aumentou a taxas equilibradas e a infraestrutura está se ampliando de maneira vertiginosa. Temos 4,5 mil quilômetros de rodovias pavimentadas, uma malha ferroviária de 1,7 mil quilômetros e 1,8 mil quilômetros de hidrovias. Ou seja, estamos nos preparando para ser uma das unidades federativas mais importantes da Nação.

Sabemos que 34 anos é um tempo curto demais em termos históricos. Por isso, quem acompanhou de perto passo a passo o crescimento do Mato Grosso do Sul tem consciência de que conseguimos avanços significativos, suficientes para queimar etapas, diferentemente de vários outros Estados brasileiros.

Acredito que a criação de Mato Grosso do Sul veio no tempo certo, num momento em que o Brasil fechava um ciclo político e econômico e acelerava sua modernização para atingir um novo patamar de desenvolvimento. Esse desdobramento possibilitou atingirmos bons níveis de crescimento, embora ainda haja muito a ser feito.

Acompanhei de perto várias administrações estaduais. De certa maneira, mesmo em momentos de crise, pode-se dizer que houve uma sucessão de boas administrações, principalmente pelo fato de que um governo deu continuidade às obras essenciais do anterior, mesmo que as prioridades fossem diferentes. As linhas mestras foram seguidas, embora tenha havido alterações de enfoque administrativo por questões partidárias.

Neste aspecto, tenho a ressaltar que o governador André Puccinelli deixará uma marca importante em nosso Estado, sedimentando conquistas que serão importantíssimas para a história das próximas décadas.

Considero de fundamental importância para todo o Estado três projetos estruturantes que atualmente se encontram em andamento: a implantação da rodovia MS- 40 (ligação Campo Grande-Santa Rita do Pardo-Brasilândia), o Poliduto ligando Mato Grosso do Sul ao Paraná e o ramal ferroviário (norte-sul) ligando Aparecida do Taboado, Três Lagoas, Bataguassu, Dourados, Maracaju, Jardim até Porto Murtinho (fazendo a integração entre Dourados e Mundo Novo).

Estas realizações certamente transformarão a economia de Mato Grosso do Sul, promovendo incrementos significativos de urbanização, integração e valorização da cidadania. Mais do que isso: elas mostram que temos um grande futuro pela frente e um destino histórico a ser cumprido.

(*) Senador da República (PR-MS)

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