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A importância do solo na qualidade de vida

Por Fernando Mendes Lamas (*) | 23/04/2015 10:46

A ONU estabeleceu o ano de 2015, como sendo dedicado à conservação do solo, isto devido a importância do solo para a produção de água, alimentos, fibra e energia, itens indispensáveis para a sobrevivência do homem que, em função do aumento exponencial da população, a cada dia, demanda em maior quantidade estes bens.

Mato Grosso do Sul ocupa posição de destaque na produção de grãos, especialmente soja e milho, de celulose a partir do eucalipto, de açúcar e álcool a partir da cana-de-açúcar e de carnes, com destaque para carne bovina, de frango e de suínos.

A agricultura também é de alta importância na geração de empregos e renda, sendo por tanto, um das principais atividades econômicas do Estado. Os resultados da agricultura impactam diretamente em todos os outros setores da economia do Estado, nos 79 municípios.

Dada à importância da agricultura, o solo se constitui num mais importantes recursos para que possamos continuar produzindo e atendendo as necessidades da geração atual e também das futuras gerações. Desta forma, conservar o solo é uma tarefa para todos nós.

Para que o potencial produtivo de solo seja preservado faz-se necessário a adoção de práticas de manejo que perturbem o mínimo possível os atributos físicos, químicos e biológicos do solo.

Mato Grosso do Sul está localizada numa região do Brasil, onde há o predomínio de uma estação chuvosa que vai de outubro a abril e de uma estação seca que vai de maio a setembro. Na região mais ao sul do Estado, a estação seca não é tão definida como nas demais regiões, no entanto, ali verifica-se com maior frequência a ocorrência de veranicos no período de outubro a abril o que, muitas vezes, causa sérios prejuízos para a agricultura da região.

Dada as características climáticas predominantes em Mato Grosso do Sul, considerando que o solo é a base de todo sistema de produção agrícola, o melhor sistema de manejo a ser utilizado, é o SISTEMA DE PLANTIO DIRETO. Este sistema está fundamentado no tripé: 1- Não revolvimento do solo, a não o sulco onde é colocada a semente; 2- Solo permanentemente coberto com material palha; 3- Rotação de culturas: prática que consiste em não repetir numa mesma área o cultivo de uma mesma espécie vegetal.

Dentre outras vantagens, dado o acúmulo de carbono no solo proporcionado por este sistema, tem-se uma significativa redução de gases de efeito estufa, melhoria da capacidade produtiva do solo e maior estabilidade na produção, quando o adotamos.

O sistema de manejo do solo desempenha papel fundamental em reduzir o impacto dos eventos climáticos, em especial a chuva, tanto pelo excesso como pela falta. O sistema de manejo deve propiciar ao solo condições para absorver o impacto das gotas de chuva, evitando a sua desagregação, permitir que a agua infiltre e que ocorra o mínimo de escorrimento superficial e ainda que a água infiltrada fique retida no solo, de forma a garantir o adequado crescimento e desenvolvimento das plantas.

No momento em que a disponibilidade de água passa a ocupar destaque em todos os meios, mais uma vez a conservação de solo é algo a ser considerado. Produzir água de qualidade também é um atributo da agricultura. A produção e a qualidade da água dependem fundamentalmente do sistema de manejo de solo utilizado.

A degradação do solo também contribui de forma decisiva para o aumento da quantidade de gases de efeito estufa que são emitidos para atmosfera. O aumento do teor de matéria orgânica do solo, através de práticas de manejo adequadas, pode proporcionar melhoria da qualidade solo o que aumentaria a produtividade agrícola e a mitigação de gases de efeito estufa.

Em resumo pode concluir-se que, com adequado sistema de manejo de solo, é possível: melhorar a produtividade agrícola e pecuária; aumentar a disponibilidade e melhorar a qualidade da água; reduzir a quantidade de gases que vem sendo emitidos para a atmosfera e que provocam o efeito estufa, proporcionando com isso uma significativa melhoria na qualidade de vida das pessoas.

(*) Fernando Mendes Lamas é secretário estadual de Produção e Agricultura Familiar.

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