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A morte do Darci na rodovia Guaicurus

Por José Tibiriçá Martins Ferreira (*) | 30/05/2012 07:02

Na quinta-feira passada, encontrei-me com Darci Albuquerque, pois vinha a pé do centro da cidade e retornava para o seu sítio localizado na Fazenda Coqueiro, no Cerrito, entrada à esquerda logo após a Brigada. Ele sempre me convidava para lá estar, vivia feliz no seu esconderijo, recebia seus amigos, onde sempre tinha uma carne assada para oferecer a quem ali aportava. Nos finais da tarde sempre podia encontrá-lo alegre numa conveniência lá na Vila Cerrito, convidando o pessoal para se banhar no córrego Cu Im, nome dado por ele, próximo de sua casa. Infelizmente foi atropelado por um caminhão de uma usina de cana próximo ao quartel

Darci como seu irmão Dirceu têm raízes no Cerrito, filhos de Arnaldo Albuquerque, primos da dona Zaida Matos Albuquerque, Geremias, Clarinda, Ademir (chacurru) e Geraldo, este já falecido. No referido lugar a família Mattos e Albuquerque foram pioneiros, como a Pedroso e Gomes. Ali vive também João Faustino (Pedroso), neto de Izidro Pedroso, os filhos de Juarez Gomes, como o Donaldo cujo avô João Gomes, gaúcho de Garruchas teve um comércio do lado esquerdo na estrada velha com destino a Picadinha.

Lá estão os remanescentes da família Fonseca, Rodrigues, Amaral e a cerca de dois quilômetros Emídio Assunção, casado com Ramona, que completaram 50 anos de casamento, recentemente, cujo casamento foi realizado no Cartório da Picadinha em 1962, por meu pai Abílio Ferreira, primeiro e último cartorário, de 31/03/1959 a 21 de novembro de 1989, cujos livros encontram-se hoje no Cartório do Segundo Ofício em Dourados.

Conversando com o morador Ugalcao Rodrigues, João Pedroso e outras pessoas no velório, estão aterrorizados pelo número de pessoas que já morreram até agora e está difícil, afinal as autoridades fazem vista grossa. O governador tem vindo a Dourados constantemente, mas parece que apenas vem para fazer política, como aconteceu na semana passada.

Agora quero chegar ao ponto principal, pois conheço bem o trajeto de Dourados a Cerrito, a cerca de 5 km dali, nossa família tem propriedade na Picadinha há mais de 70 anos. Em 1978 a empresa Andrade Gutierrez construiu o trecho, não foi construído o acostamento e com a expansão da UEMAT-UFMS, atualmente UFGD e depois a implantação da UEMS, decorrido mais de trinta anos não é dado manutenção.

O CERRITO cresceu, hoje já tem cara de bairro, pois o perímetro urbano chegou até lá, aprovado no ano passado pela Câmara de Vereadores de Dourados. Tem quartel, duas escolas municipais, centro de tradição gaúcha, aeroporto, empresas de grãos. Para aquela direção dirigem-se na parte da manhã, da tarde, fora o retorno, à noite 6.000 estudantes, incluindo universitários, os alunos da rede municipal e estadual, oriundos da zona rural de Itahum e Picadinha com destino às escolas em Dourados.

O tráfego é muito pesado, centenas de caminhões, principalmente das usinas espalhadas pela região e apesar das reclamações, providências para minimizar a situação não foram tomadas e as mortes poderão acontecer.

No governo anterior fizeram depois de muita pressão uma ampliação da rodovia, mas foi aquém da realidade, sem acostamento, diminuíram a rodovia, pois implantaram a ciclo-via, mas só ficou nisso, pois falta manutenção e a visibilidade a partir da tarde é ruim.

A classe política devia ouvir melhor os anseios da população e os nossos representantes políticos e fazer uma cobrança com veemência e se juntar ao corpo administrativo e alunos das universidades para o protesto do dia 11 do corrente. Nós não queremos que ela seja chamada de rodovia da morte, Dourados não merece mais este apelido.

Construíram uma linda rodovia para Itaporã, toda iluminada, porque não incluíram no projeto do Anel Viário a ampliação dessa Rodovia, afinal com tantas cabeças pensantes, deviam ter pensado grande.

O trafego vai aumentar, nossa cidade vai crescer muito e está na hora de se pensar em outra rodovia paralela à atual pelo lado esquerdo da Brasil Foods, onde a carga pesada poderia ser desviada.

Em tempo: como ficará o trecho da estrada de terra do aeroporto até a Rodovia Federal que ruma para Ponta Porã e Campo Grande, nominada por mim de João Gomes? Várias pessoas já disseram que ela está asfaltada.

Os moradores do Cerrito reivindicam uma rotatória tanto para quem vêm de

Itahum, universidades para Dourados e vice-versa, para frear a velocidade dos carros, pois fica difícil até o estacionamento do ônibus circular para entrada e descida dos seus usuários, principalmente os idosos e crianças, atravessando a rodovia de um lado para outro, pois ali existem muitas residências.

(*)José Tibiriçá Martins Ferreira é advogado, proprietário e produtor rural na Picadinha e secretário geral do PSD em Dourados.

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