Agressiva discussão de idéias...

Entendo sempre que há momentos na vida em que uma das nossas mazelas se mostra com clareza. Refiro-me aos incontáveis e impublicáveis ataques pessoais e desnecessários feitos à pessoa do atual prefeito de São Gabriel do Oeste, Sr. Adão Unirio Rolim.

É claro que não pretendo julgar ou apontar ninguém, porém apedrejar ou aproveitar a ausência de desafeto para, enxovalhá-lo em público é no mínimo uma covardia, acrescento que devemos nos respeitar e tolerarmo-nos mais como pessoas e cidadãos.

O que me incomoda são os componentes dos discursos em que as pessoas se dirigem aos seus desafetos políticos, figuras respeitáveis que tiveram, seja de direita ou de esquerda, seu importante papel na vida e na história do município.

Sobre Adão Unirio Rolim, destaco o que escreveram e falaram durante todo o ano que se finda algumas pessoas em um perfil de uma grande rede social, eclética onde a linha de pensamento, as definições políticas e posições filosóficas são típicas de um país como o nosso e não dividem lugar comum. Mulheres e homens notáveis em suas respectivas atividades, o equívoco que manifestam não é institucional é sim pessoal.

Sempre acreditei que nos falta (a sociedade) uma coluna vertebral filosófica mais ereta, já que a ausência de critérios críticos para as críticas, além de absurda e caótica, não pode ser confundida com abertura intelectual e muito menos ainda com “mero posicionamento” diante das coisas.

Como disse Roberto Gomes; é despersonalização intelectual e produz o mais baixo dos produtos culturais: o ecletismo e seu pragmatismo cego. “Essa diferenciação intelectual, econômica e social pode gerar factoides absurdos em termos de atitude filosófica: Evitar oposições difamá-la e até tentativas de dissolvê-las, ao invés de enfrentá-las e resolvê-las.”

A “ternura” e o “afeto” podem vencer novamente.

Adão Rolim, além de surfar nessas ondas “afetivas”, ilustra parte de sua biografia com lições de humildade e inteligência política que exibem o lado terno de um homem rude e de traços marcante e inconfundível demonstrado ao longo de sua história que se confunde com a história da cidade que ajuda a construir.

Repito: não esperava ataques pessoais a Adão Rolim. Creio apenas que um pensamento político, os rumos de um município, o caráter de uma administração, precisam ser discutidos através de “idéias” e não de “falácias”. O que precisamos saber de todos os cidadãos é o que pensam, o que propõem, como vêem a sociedade, os homens, as relações sociais e políticas, o que acreditam e o que rejeitam, que idéias têm do poder e como o usam.

Nesta citação “afetiva”, pessoas ilustres, com justo direito a ter voz e vez na mídia, poderiam deixar de se dedicar a prolongar a geléia geral indiferenciada, o bolo fofo recheado de “afetos” que em nada melhora a nossa vida em comum como sociedade.
Pronto, esta seria a mágica “afetiva” nestas produtivas terras dos sulistas, dos nordestinos de todos nós, onde se misturaram etnias e valores forjando assim um ideal para seguir um novo sonho a construir a partir de uma união em torno do que realmente é importante para a cidade que queremos e sonhamos todos.

Já as “idéias”... Ora, as idéias!...

(*) Victor Currales, jornalista profissional, fundador do jornal o Gabrielense, cerimonialista, radialista e assessor de comunicação na prefeitura de São Gabriel do Oeste-MS