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As causas e consequências da crise global

Por Benedicto Ismael Camargo Dutra (*) | 11/03/2015 13:18

Há no mundo uma realidade subjacente, encoberta pelas manipulações e pelo comodismo das pessoas em não querer aprofundar os próprios pensamentos, mas que aos poucos vai sendo despertada pelos novos mecanismos de informação, interação e compartilhamento. A meta do ser humano é encontrar a verdade da vida e o motivo pelo qual se encontra neste planeta, evoluir e ser feliz.

Aos poucos a realidade deverá emergir de todo artificialismo que extingue o tempo de cada um com todas as superficialidades e a pressão externa que impede o contato consigo mesmo e com a realidade da vida. A pressão vem da rigidez dos pensamentos ásperos gerados nos cérebros daqueles que não ouvem mais a intuição, agindo por impulso com a sua cobiça e o desejo de se sobressair. Com bons pensamentos e consideração, a situação seria bem outra, mais leve e amena.

No Brasil e no mundo atravessamos a crise gerada pelo ser humano que abandonou a intuição, a voz do espírito. A crise tende a aumentar. Por aqui, em vez de os líderes e a população se unirem para tirar o Brasil do atoleiro, não se fala em outra coisa a não ser da crise e dos sentimentos de insatisfação, revolta, ódio e perigo. Em 500 anos de história a nação não desenvolveu forte querer na direção do progresso real, e agora precisa reconhecer os próprios erros, sanear, ir para frente, mas está parada no meio do atoleiro. Se não houver um esforço para mudar essa situação, o país afundará cada vez mais, e depois será difícil escapar do declínio.

O processo destrutivo da indústria no final dos anos 1990 e que perdura até hoje foi brutal. Depois de décadas de caminho errante na economia e finanças, o que favoreceu mais as importações, chegou a hora de buscarmos o equilíbrio das contas e restabelecer a competitividade do produto made in Brasil. Os canais do fortalecimento estão travados por mesquinhos interesses internos e externos, e lutas pelo poder. Enfrentamos o apagão mental. Administrar o Brasil não é tarefa para amadores nem para aventureiros. Para recolocar o país nas rotas do progresso precisamos de estadistas sábios, empresários lúcidos e população consciente.

A natureza nos foi ofertada para que dispuséssemos dos necessários recursos que asseguram as condições de vida. Temos a responsabilidade de preservar para poder utilizar. Será que haverá mudança na mentalidade tacanha de que as matas e as florestas são acessórios desnecessários? Perdemos o contato com a natureza. As novas gerações desconhecem a importância das florestas para a preservação dos mananciais, do solo - enfim da vida no planeta. O que nos trará o futuro?

A receita original do livre mercado era excelente, com a possibilidade de cada indivíduo participar dos empreendimentos, construir um patrimônio, ter uma participação no todo produtivo e seus resultados. Com a invenção das bolhas, tudo mudou. Os ganhos são preservados, mas as perdas são distribuídas.

Enquanto os grandes vão se entrosando na divisão do mundo, países como o Brasil são carentes de estadistas sérios e competentes que não se dobrem diante da força avassaladora do dinheiro que derruba fronteiras para tudo comprar em função de seus próprios interesses.

Muitas coisas no mundo já estão por um fio de teia de aranha, mas não vemos esforços para solucionar as crises “sem jogar fora a criança junto com a água do banho”. O Brasil corre o risco de parar. Infelizmente, só quando acontecem os infortúnios é que as pessoas percebem em que desgraças se envolveram. Numa fase de tantos problemas, a educação deve formar seres humanos de fato, que visem a melhora das condições gerais de vida no planeta para que seja enfim alcançado o Desenvolvimento Humano.

(*) Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, e associado ao Rotary Club de São Paulo. Realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. É também coordenador dos sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br, e autor dos livros “ Conversando com o homem sábio”, “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”, “O segredo de Darwin”, e “2012...e depois?”. E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

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