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As lesões que o ciclismo pode trazer

Por Roberto Cisneros (*) | 20/04/2016 08:50

As lesões no ciclismo não são muitas em números e variabilidade, porém uma delas deve ser evitada a todo custo: lesões decorrentes de quedas, com consequências que podem ser extremamente desastrosas, chegando ao óbito. Para a sua prevenção, buscam-se primeiramente o uso de equipamentos adequados (tanto na bicicleta como as roupas e vestimentas afins), bem como as orientações técnica corretas como o preparo físico, locais de corridas, horários.

A ocorrência de outros tipos de lesões está relacionada ao tipo ou qualidade do praticante; sendo assim, para as lesões de amadores ou praticantes recreativos, deve-se sempre avaliar o ajuste de quadro da bike, de selim, posição de pedais, etc., pois esse praticante recreativo a medida que evolui em seu treino, vai aumentando suas ambições de velocidade e percurso que é quando as pequenas deficiências ou desajuste dos equipamentos passam a adquirir uma importância maior.

Todo e qualquer esporte exige um “ajuste” pessoal que passa por um treino de força e equilíbrio como em esportes de salto, ajustes de “pegadas” e batidas como esportes de uso exagerado dos membros superiores como vôlei, basquete e tênis e assim por diante. O ciclismo não é diferente, isto é, o ajuste de equipamentos de uso pessoal e da própria bike é fundamental para se ter prazer e não dor.

Sendo assim, dentre as dores mais comuns que afetam o ciclismo, as lombares decorrem quase sempre primeiro de uma pratica evolutiva muito rápida e segundo do ajuste dos componentes de sua bicicleta ao seu corpo e membros, pois uma posição inicial não percebida em pequenos treinos pode, mais adiante, representar uma dor lombar de difícil correção.

As dores nas coxas e panturrilha, seja localizada nos tendões como o patelar, quadricipital ou mesmo no tendão de Aquiles, seja no corpo do músculo como a dor na coxa(no quadríceps) ou na panturrilha (no tríceps) tem sua origem fundamentada no treino ou técnica inadequados onde esses erros podem passar por treino exagerado em termos de força e resistência, ou solicitação física muscular maior do que o “equipamento físico” que tem, ou ainda por ausência de períodos de repouso tão necessários em qualquer pratica de esporte.

Outras lesões ou queixas que são referidas com uma certa frequência são a parestesia peniana ou perineal, decorrentes de apoio inadequado nos bancos seja em tempo ou mesmo em ajuste individual, onde o atleta passa referir perda de sensibilidade ou dormência nessa região que se acentua conforme se aumenta o tempo de permanência sentado no selim.

A melhor prevenção ainda é o uso de selim adequado para aquele atleta, de boa qualidade, proteção com vestimentas também adequadas em termos de proteção e fazer a progressão do seu treino de forma paulatina, respeitando os seus limites e isso vale para ambos os sexos.

A fascite plantar também é uma queixa relativamente frequente e se associa comumente a calçados inadequados, pedais mal adaptados, pequenas deformidades posturais dos pés, enfim, pequenas variações posturais que passam a dar sintomas quando a solicitação começa a aumentar.

Em resumo, um bom alongamento, aquecimento adequado, preparo físico condizente com a proposta de trabalho físico exigido, roupas e equipamentos adequados, respeito ao limite de idade, escolha de locais e horários adequados para treino representam, em seu conjunto, as melhores maneiras de evitar traumas ou mesmo lesões nesse esporte.

(*) Roberto Cisneros é médico ortopedista, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Sociedade Internacional de Cirurgia de Joelho e Ortopedia do Esporte

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