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Ataque ‘11 de setembro’ completa 10 anos entre muitas dúvidas e poucas certezas

Por Alexandre Honig Gonçalves (*) | 10/09/2011 06:12

Exatamente há 10 anos assistíamos em tempo real, pela televisão e internet, um dos fatos mais tristes e marcantes da história contemporânea: os atentados terroristas às torres gêmeas do World Trade Center, em Nova Iorque, nos Estados Unidos. As notícias vinculadas ao fato eram tão assustadoras que nos furtávamos a acreditar que tudo era verdade, uma vez que pareciam cenas de filme de ficção.

Ao redor do mundo as pessoas discutiam sobre como agir diante do risco de novos ataques. Todos entraram na onda do medo, do terror. Pois, pensar que um atentado de grandes proporções ocorrera no centro comercial de negócios do mundo, é pensar que o maior ícone da nossa existência capitalista fora agredido e deteriorado sem que pudéssemos esboçar qualquer tipo de reação ou defesa. Era ainda mais difícil crer uma vez que considerávamos os Estados Unidos um país seguro e com capacidade para se defender de qualquer agressão.

Além das vítimas diretas, a infraestrutura dos locais atacados e a organização das empresas que estavam instaladas naqueles prédios, mesmo após todo este tempo, ainda não se recuperaram. O problema neste caso é: se defender de quem? Não havia um inimigo formalmente declarado, não havia uma nação opositora, ou seja: contra o que se defender? De onde vem o ataque?

Em contrapartida, essas dúvidas deram início a ações indiscriminadas de intolerância e hostilidade contra povos e Estados que nada tinham com o problema. Assim, novas “regras de convivência” foram instaladas, normatizações, procedimentos de segurança, tudo fora desenvolvido e implementado a fim de passar a sensação de segurança à população mundial. Entretanto, a busca pela paz foi efetivada por meio da violência - o que não dá certo -, as invasões no Afeganistão e no Iraque derrubaram regimes totalitários, todavia, não encerraram o medo.

Mas, o que aprendemos com tudo isso? Nossas vidas permaneceram as mesmas? Nada mudou? Não, muita coisa mudou! Por exemplo, a ONU (Organização das Nações Unidas) perdeu sua credibilidade no cenário internacional ao não conseguir evitar que os norte-americanos seguissem sufocando o Oriente Médio na “guerra contra o terror”, países que apoiaram esta ação também sofreram com ataques terroristas à sua população. Dez anos depois verificamos que grandes e graves problemas contemporâneos não foram findados com a captura e morte de Osama Bin Laden, aliás, todo este tempo de busca consumiu recursos financeiros que atualmente fazem falta as finanças dos Estados Unidos e, por conseguinte a economia internacional.

Em relação ao Brasil, além da insegurança perpétua em que vivemos ao entrar em um avião ou seguir em uma multidão, muitos foram e continuam sendo barrados na entrada de “países ricos” pelo simples fato de serem brasileiros. Isto porque nosso Estado segue uma linha diplomática conciliadora e de paz, que não apoiou as ações bélicas em territórios estrangeiros na caça aos terroristas.

Por fim, é possível verificar neste contexto que existem muitas dúvidas e poucas certezas. Isto é reflexo direto da profunda ferida em nossa existência. Não sabemos o que virá adiante, quais serão os desdobramentos desta história ou mesmo se novos ataques estão sendo planejados enquanto seguimos nossas vidas. A única certeza é de que devemos prosseguir rumo à paz com nossas simples ações do dia-a-dia, com respeito às diferenças culturais, étnicas e religiosas. Assim, com equilíbrio nossas atenções seguirão mais voltadas ao progresso e ao desenvolvimento do que a guerra. MAKE LOVE, NOT WAR!

(*) Alexandre Honig Gonçalves é coordenador do curso de Relações Internacionais do Centro Universitário Anhanguera de Campo Grande (MS).

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