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Aumento da desigualdade social e outros equívocos do Governo Dilma

Por Ricardo Senna (*) | 02/04/2016 08:10

O fundamento da política de estabilização econômica desencadeada durante o Governo Fernando Henrique Cardoso consistia no reconhecimento de que a inflação era o pior de todos os impostos, pois penaliza, especialmente, aqueles que não tinham acesso a mecanismos de proteção da renda, ou seja, os trabalhadores.

Nesse sentido, o Plano Real foi exitoso tanto no combate como no controle da inflação. Além disso, pavimentou os caminhos urgentes e necessários para o estabelecimento de uma política social estruturante, inclusiva e que permitiu conquistas importantes para os trabalhadores como, por exemplo, os ganhos reais dos salários e uma rede de proteção social.

Infelizmente, por incompetência técnica e incapacidade política, o Governo Dilma destruiu todas as principais conquistas sociais dos trabalhadores: o desemprego aumentou, a desigualdade social foi agravada, aumentou a concentração de renda, a inflação não só voltou com força como deteriorou o poder de compra dos salários e, como se isso não bastasse, foram severamente contingenciados os recursos para as áreas da educação, saúde e segurança pública.

Mas não para por aí. O Governo Dilma jogou o país na pior recessão da sua história e impôs uma crise fiscal para os estados e municípios, aprofundando as desigualdades regionais e minando as perspectivas de desenvolvimento das regiões menos favorecidas.

Mato Grosso do Sul não ficou imune a esse caos político e econômico: o desemprego aumentou, a renda caiu e a economia perdeu dinamismo. O resultado só não foi pior em função dos esforços do governo estadual em promover um ajuste das contas públicas para equilibrar as finanças e evitar uma piora da situação econômica.

Além disso, foi realizado um esforço inédito de planejamento visando o uso racional dos recursos públicos e efetividade da política pública, foi construído um ambiente mais amigável à realização dos investimentos privados e, principalmente, foram priorizadas ações convergentes com os anseios manifestados pela população que mais precisa.

A experiência política, econômica e social vivida pelo país recentemente nos revela um modelo de desenvolvimento que se esgotou e um governo incapaz de construir as pontes necessárias para nos livrar da crise.

As recentes manifestações populares mostram que o caminho é pela mudança dos rumos políticos, econômicos e sociais do país. A saída é pela construção de um novo projeto de desenvolvimento para o país que possa resgatar os ganhos que a sociedade, em especial, para os trabalhadores. Ouvir as vozes que vêm da rua é essencial para que possamos transpor as barreiras que nos impedem de nos tornarmos uma nação verdadeiramente estável economicamente, fortalecida institucionalmente e justa socialmente.

(*) Ricardo Senna é diretor-presidente do Instituto Teotônio Vilela – MS

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