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Autoconhecimento: ser ou não ser, eis a questão!

Por Mari Cordeiro (*) | 29/05/2012 07:07

Disseram-me que minha liderança é participativa, mas minha comunicação é confusa. Já minha forma de administrar tempo funciona na pressão, mas sem priorizar. Testes, inventários, avaliações, feedbacks. Mas, afinal de contas, quem sou eu? O que realmente devo desenvolver? Não é fácil a tarefa de um adulto ao tentar gerenciar as expectativas de todos sobre o que é melhor para ele. O fato é que são tantos rótulos que desconhecemos o conteúdo.

Ser ou não ser, eis a questão! São inúmeras as ferramentas de autoconhecimento, mas a armadilha está em tentar reduzir um indivíduo a um emblema. Conhecer facetas do funcionamento atual é uma forma importante de balizar o quanto se está agindo dentro do que deseja para os objetivos. No entanto, é crucial ter a clareza de que se é muito mais do que estas facetas.

Faz parte da rotina profissional passar por avaliações. Primeiro vem a surpresa e, em alguns casos a frustração sobre os resultados. Ninguém gosta de ser julgado e todos temem as consequências. Depois vem a dúvida: o que fazer com todas estas informações? Por onde começar? Um início comum - mas não eficaz - é começar por onde os resultados são mais baixos. Aqui cabe uma reflexão: se o tempo dedicado for para melhorar tudo o que está baixo, o que colheremos daqui um ano? Provavelmente alguns resultados medianos. O que chama maior atenção é o volume de planos de ação construídos sem foco.

Após acomodar o desconforto de um processo de avaliação, feedback ou insight o primeiro passo deve ser planejar o que realmente quer para sua vida pessoal e profissional. Pensar a longo prazo, imaginar como gostaria que sua vida fosse daqui 5, 10, 20, 40 anos e então dividir o tempo em pequenas metas. O importante não é a audácia da meta, mas o quanto se movimenta em direção à ambição maior e o quanto é realizável. Daí então identificar quais comportamentos, competências são essenciais para que suas pequenas metas sejam alcançadas. São estas as competências que devem compor o plano de ação independente se estão baixas ou altas.

Agora vamos falar sobre os rótulos. Há alguns séculos tudo girava em torno do homem. Não havia vacina. Nem pensar em pisar na lua. Conversar com outra pessoa sem estar no mesmo lugar? Coisas assim eram absurdas, mas foi transpondo limites que o homem foi capaz de se espantar e se superar. Hoje existem testes fantásticos, processos de avaliação consistentes, profissionais com olhar cirúrgico para entender e mapear o outro. Mas não podemos nos seduzir pela tentação de acreditar que já chegamos lá. Estamos longe de conseguir dimensionar a imensidão de um ser humano. A consciência de que avançamos no conhecimento sobre ser humano - mas não somos donos da verdade - deve permear qualquer processo de avaliação ou julgamento. E isso pode ser estendido para o olhar que temos sobre as pessoas que nos cercam.

Todos nós temos um potencial criativo gigantesco e desconhecido! O medo de não agradar faz com que este potencial fique adormecido por eras. E, acabamos nos comportando como o outro espera. Onde está a liberdade de expressão? Assim como terceirizamos as respostas sobre quem somos, terceirizaremos também a responsabilidade sobre nossas vidas? O homem já provou que pode se superar, se reinventar. Ninguém está amarrado, mas agimos como se assim fosse. Agora, ninguém virá nos contar que as amarras não estão lá.

Este é um convite para você checar onde estão suas amarras, desatar alguns nós e permitir que seu potencial criativo venha à tona. Assumimos comportamentos ao longo da vida e acreditamos que só podemos funcionar daquele jeito. Mas vale lembrar, são apenas facetas de comportamentos que funcionará por um tempo, definitivamente não é sua totalidade. Sempre ouvi em minha família a expressão: se o boi soubesse a força que tem não puxava carroça.

Reclamar do chefe, da empresa, do trânsito, do salário não faz com que estas coisas se resolvam e os clarins soem. No máximo você consegue ficar estressado e estressar quem estiver ao redor. Veja como a terceirização não resolve nada. Qual a sua parte nesta história? Não estamos falando de uma historinha qualquer. Mas daquela que está sendo escrita agora, pelas suas mãos!

(*) Mari Cordeiro é diretora executiva da M&S, consultoria especializada em desenvolvimento humano.

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