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Barbeiragem de motorista e capotamento da economia

Por Ruy Sant’Anna (*) | 05/08/2014 08:31

Algumas situações indicam que a economia brasileira, a cada dia passa de mal a pior, comprovadamente através de pesquisas de órgãos conceituados.

A Fundação Getúlio Vargas revelou em análise que fez sobre o grau de confiança da indústria brasileira na política econômica do governo federal que acendeu “uma luz amarela” com relação ao terceiro trimestre deste ano que significa situação de alerta no setor.

A confiança da indústria diminuiu 3,2% quando se comprovou que de 87,2 caiu para 84,4 pontos. A FGV constatou que essa é a sétima queda consecutiva e com essa baixa arriou ao menor grau desde abril de 2009, que abaixou até 82,2 pontos.

O Brasil não merece e o povo está descontente com os Pibinhos em que o País vive. Imagine a situação atual com esses aborrecimentos que enfrentamos todo dia, já que vivemos na planície e não no Planalto do governo federal. Por isso, discordo da análise da Fundação Getúlio Vargas, sobre esse mesmo problema visto de outro ângulo. Ao invés de luz amarela, acendeu-se a luz vermelha de parar e reconsiderar. Imagine ainda, um governo chegado ao abuso autoritário e mexidas em pesquisas econômicas, inflando-as a seu favor, considerando ainda que o governo perde mês a mês o apoio popular, o que significa menos votos na bolsa eleição; temos que considerar que o governo está doidinho para apontar culpados. E sai da frente ou de baixo, que lá vem chumbo.

O governo não fez o famoso dever de casa, achando que o “fascínio de Lula e Dilma” com seus discursos empolados e depois embolados levariam os brasileiros a aceitar toda desculpa. Acontece que o brasileiro porque está longe do Planalto vê que os óculos do governo ao invés de serem de grau pra enxergar melhor são contra o sol que degela as ilusões, e torna o que está cinza em cor de rosa, tão agrado ao seu discurso sobre a economia nacional.

Por estarmos em ano eleitoral, a presidente Dilma Rousseff e seus ministros estão comprometidos com gastos e mais gastos. Assim mesmo, gastos, e não necessariamente investimentos, sendo que numa época como essa até os investimentos têm de ser bem analisados para ver a necessidade e urgência dos mesmos. Por isso, a economia não aceita mágicas e quem tentar executá-las mostra as falhas do truque mambembe. A economia do governo que subia a ladeira da gastança ao sentir que a indústria e o comércio estavam freando por causa do círculo vicioso tentou continuar a gastança e levou o tranco e está capotando, barranco abaixo. Pior, nós estamos nesse veículo desgovernado.

Contra o desastre e a favor das pessoas existe o cinto de segurança; tanto no trânsito como na economia devemos nos precaver de motoristas “barbeiros”. Assim que o veículo do governo nos der condição, pulemos fora antes que o combustível pegue fogo e o veículo (economia) exploda. Ainda pra nossa sorte temos um momento determinado para nos salvar: cinco de outubro, nas eleições.

A praticamente dois meses das eleições não adianta inventar pacotes para estimular a economia, nem inflar pesquisas, porque o empresariado e o consumidor estão de olhos esbugalhados sobre o governo. Não estão dispostos a investir nem gastar mais até que fique definido quem será o próximo presidente.

O empresariado investir na ampliação da indústria e o comprador se atirar ao consumo é atitude irracional porque até a insegurança democrática e de direito estão instáveis. Depois dos últimos dados ruins da economia, inclusive na geração de empregos, setores do governo já começam a trabalhar com a hipótese de o PIB ficar na casa de 1%, o que na realidade o índice deve ser ainda menor que isso, e veja que em 2013 o PIB já estava baixíssimo ao chegar quase desmaiando em 2,5%. Então neste final de 2014 e em 2015 por certo vai faltar oxigênio na economia brasileira.

Outro dado: Confiança da construção tem pior resultado desde outubro de 2011. A confiança do setor da construção registrou em julho sua quinta queda consecutiva, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (28) pela Fundação Getulio Vargas (FGV). O indicador recuou 10,3% nos três meses até julho, na comparação com o mesmo período de 2013 – o pior resultado desde outubro de 2011, quando a queda foi de 10,4%.

Considerando apenas o mês de julho, a confiança teve queda de 12,4% frente ao mesmo mês do ano passado, no pior resultado da série histórica do indicador. Essa é a quinta queda ininterrupta que a Fundação Getúlio Vargas registrou a desconfiança do setor da construção no fim de julho deste ano, com a queda para 10,3%, comparativamente com 2011 que teve queda de 10,4%. Em julho de 2014 a queda foi de 12,4%, pior registro desde que foi criada a avaliação do Produto Interno Bruto (PIB) que é a soma de todas as riquezas produzidas como bens e serviços no País, como aqui exposto.

Diante dos estudos econômicos e evidências sentidas pela indústria e consumidor brasileiro e da crítica do Fundo Mundial de Investimentos(FMI), num relatório que apontou o Brasil entre as economias mais frágeis no meio dos países emergentes neste momento, o ministro Mantega defendeu a política econômica do governo de Dilma. Da pior maneira possível: com dados e contestações que conflitam com estudos e a realidade de forças produtoras extenuadas que se exaurem para superar a gastança e descontrole econômico do governo. Ora, os esforços dos frágeis argumentos do governo só aumentam as desconfianças e piora a queda na credibilidade governamental. Outra questão é a da energia elétrica que aqui, pelo espaço, não deu para considerar.

O governo com seus óculos cor de rosa não vê que tudo está cinza, por isso o brasileiro não aceita mágicas na economia. O povo sabe que truque não resolve e prefere a realidade por mais dura que seja. Assim, finalizo dando bom dia, o meu bom pra você caro brasileiro lúcido e trabalhador.

(*) Ruy Sant’Anna, jornalista e advogado

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