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Bento 16: a força deste homem de 85 anos

Por Adriano Gonçalves (*) | 28/02/2013 14:43

Milhares de jovens reunidos trazem a imagem real da jovialidade daquele lugar milenar. Olhares que demonstram neste momento a emoção de ver um pai partir. Corações que interrogam sobre: “ o que fazer?” “o que dizer?” “o que será?”. Abraços que traduzem a acolhida recebida em quase 8 anos de entrega de vida. Pés que tocam o chão de martírio histórico e tradução do amor que se doa até o fim! Que força de atração tem este homem de 85 anos chamado Papa Bento XVI? O que ele tem que o torna pólo atrativo de milhares de jovens que lotam audiências, que povoam praças e recintos por onde ele passa? O que este homem do século passado tem a dizer que o faz tão lido e escutado por milhões de jovens pelo mundo a fora?

Ele tem palavras que falam o que precisamos ouvir e não o que queremos ouvir. Em um mundo do “politicamente correto” onde se fala o que massageia o ego, ele diz o que enobrece e fortalece a alma. Não são suas palavras, mas sim a Palavra que faz nova todas as coisas. “Neste momento, há em mim uma grande confiança, porque sei, todos nós sabemos, que a Palavra de verdade do Evangelho é a força da Igreja, é a sua vida”. O jovem de hoje quer a novidade que preenche o coração e não a novidade que nos tira de nós mesmos!

Bento XVI teve o olhar que mira o eterno e não o passageiro, assim não teve medo de apresentar ao jovem o que é o definitivo e dizer que o prazer de uma noite ou a duração de uma balada não sacia a sede de uma alma. Olhar que abre horizontes fechados por uma existência que não foi redimida por um encontro com o Amor Maior! “Deus não fez nunca faltar a toda a Igreja e também a mim o seu consolo, a sua luz, o seu amor.” O jovem quer ser olhado por um olhar que ama e não pelo olhar que acusa!

Em um mundo de aparências e máscaras o Papa não teve medo de mostrar a verdade. Não compactuou com a mentira e soube se posicionar frente ao que não é justo. O jovem sente a necessidade de pais que apontam o caminho e não os pais que usam máscaras para serem aceitos. O coração só se entrega quando sente que aquilo que é proposto é verdadeiro e não falsificado. “Agradeçamos ao Senhor por isto todos os dias, com a oração e c om uma vida cristã coerente. Deus nos ama, mas espera que nós também o amemos!” O jovem não quer apenas ser um personagem em uma história mas quer ser protagonista de uma vida.

Papa Bento XVI teve braços que se abriram em acolhida e não se cruzaram por medo. Não vimos em Bento XVI apenas um colega de caminhada encontramos em Bento XVI um pai que nos abraça em acolhida e que não cruza os braços frente aos nossos erros, mas estende a mão para nos levantar! Encontramos nele um pai e não um “camarada”. “Mas também eu quis bem a todos e a cada um, sem distinções”. A atração deste homem de 85 anos está em sua capacidade de ser pai e não o comparsa de uma vida sem sentido.

E se ainda me perguntam o que ele tem para atrair a tantos jovens como eu, eu digo sem medo: ele não tem nada, ele deu tudo. Ele não tem, mas sim ele é!

(*) Adriano Gonçalves é missionário, formado em filosofia e acadêmico em psicologia.

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