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Castigo ou oportunidade?

Luzia Felix da Silva | 11/03/2013 12:18

Às vezes ao passarmos por algumas recepções de empresas nos esbarramos com profissionais com cara de poucos amigos e que nem sempre dão a importância ao posto que ocupam e que representam naquele momento. Nesta semana, em uma dessas ocasiões, um incidente me chamou bastante a atenção. Enquanto aguardava um elevador para sair do local, observei a atitude de um desses profissionais.

Infelizmente sei lá por que, para aquela pessoa era um daqueles dias que ele não estava afoito com o trabalho que desempenhava. Nessa altura já estávamos em quatro pessoas a observá-lo. Ao se aproximar um colega dele de trabalho disparou: “Você que está aqui hoje?” e, com a cara amarrada respondeu “Pois é, to aqui de castigo!” e fez aquele ar de reprovação, o que deu a entender que ele estava ali por uma situação atípica e obrigatória.

Logo após, ao adentrar o elevador, juntamente com outras pessoas, havia um conceituado empresário que também assistiu a cena e disse: “Esse é o tipo de pessoa que não levo para minhas empresas! Trabalhar para ele é castigo? Sabe-se Deus quantos queriam ter essa oportunidade, exclamou o empresário”. Os demais se entreolharam até num ar de concordância.

A partir daquele instante fiquei meditando a situação vivida. Não é difícil perceber que há muitas pessoas procurando empregos e também que existem empresas que estão em constante recrutamento já que o mercado de trabalho em algumas áreas apresenta certa rotatividade.

Normalmente temos facilidade em esquecer alguns semblantes, no entanto, aqueles que nos chamam a atenção tendem a ficar marcados por mais tempo como é o caso dessa pessoa. Considerando que esse funcionário possivelmente buscará outras colocações de trabalho, já que não manifesta contentamento com aquilo que faz, ele até poderá procurar a empresa do proprietário que ali estava presente. Certamente já sabemos qual será a resposta.

Pois bem, onde quero chegar com essa fala? Quero dizer que as oportunidades não estão a longo alcance, mas que a qualquer momento pode ser o momento oportuno para qualquer trabalhador estar sendo observado e diante da sua atitude ser convidado trilhar novos rumos. Ter a chance de um emprego melhor, quem sabe até ganhar mais, e principalmente adquirir experiências em novas atividades.

Há de se dizer que o que se percebe é um mercado cada vez mais competitivo com vagas de empregos sempre mais disputadas. Conseguir um bom emprego não é uma tarefa muito fácil e em alguns casos os empregadores são verdadeiros pescadores de talentos atentos a qualquer gesto ou atitude dos muitos anônimos espalhados por aí.

Esses contratantes observam e buscam além da formação acadêmica, atualmente muito importante. Querem pessoas que podem fazer o diferencial na sua equipe. Que tenham sentimento de pertença e zelo pela empresa onde desempenham o seu trabalho, que agregue outros valores. Ser gentil, educado, atencioso pode ser um dos requisitos que um desses empresários busca como um algo mais na hora da contratação.

Dessa forma, ainda que seja o chamado “tapa buraco” lembre-se: pode ser dessa artimanha que o destino esteja utilizando para abrir novos caminhos. E não estando atento, poderá perder ótimas oportunidades de melhorar de emprego e de salário. Pense nisso!

* Luzia Felix da Silva, coordenadora e professora do curso de Ciências Contábeis; professora do curso de Administração e da Pós-graduação do Centro Universitário Anhanguera de Campo Grande.

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