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Coisas que aprendi

Por Heitor Freire (*) | 20/11/2013 09:34

Ao longo da minha existência fui aprendendo e continuo aprendendo muita coisa. A primeira é que a nossa existência teve início, tem continuidade e não terá fim. A segunda, foi que a lei que Deus instituiu para a evolução da humanidade é a do trabalho. Essa consciência me libertou porque entendi que o trabalho é a atividade que sempre vai nortear e lastrear toda a nossa caminhada.

E como eu gosto muito de trabalhar sinto-me em casa. Essa questão ilusória de que após a morte vai haver um descanso eterno, para mim, é falsa. É através do trabalho que todos nós podemos contribuir com o nosso Pai Altíssimo na evolução da humanidade.

A terceira coisa que aprendi é que nada, nada mesmo, acontece por acaso. Esse entendimento foi outro fator de libertação. Se as coisas sucedessem de forma aleatória, não haveria uma ordem no universo. E desde o princípio, desde o caos, Deus estabeleceu a Ordem.

A quarta coisa foi de que eu sou responsável por tudo o que me acontece. Inicialmente eu achava que fulano ou beltrano havia me prejudicado ou favorecido em determinado fato ou negócio e, assim, sempre eu tinha alguém para agradecer ou para condenar. Nada disso: eu sou o único responsável. Responsável, não culpado.

E que, com o passar do tempo, tudo passa, as coisas se resolvem, de uma forma ou de outra, mas sempre obedecendo a uma causa anterior, lógica, determinante. Eu já fui do nadir ao zênite. E vice-versa. Já passei por todas as condicionantes para cima e para baixo. Hoje, estou na planície, observando, analisando, trabalhando, entendendo. E agradecendo.

Agradecendo pelas dádivas com que nosso Pai contemplou a todos nós: pela fé – atributo indissociável do espírito – pela sabedoria, que recebemos pela energia do sol; pela força, que recebemos pela energia da terra e pela consciência que recebemos pela energia da lua.

O que observo como meio próprio para minha evolução é desatar o nó górdio da minha vida. Eu já escrevi um artigo sobre o nó górdio, hoje, transcrevo parte dele para desenvolver a minha tese. O nó górdio era um enigma que se apresentava aos homens da Antiguidade, desafiando a argúcia, a inteligência e a capacidade de cada um, prometendo-se àquele que ousasse elucidá-lo, desatá-lo, a conquista da Ásia Menor.

Dizia a lenda que o rei da Frígia morreu sem deixar herdeiro e que, ao ser consultado, o Oráculo anunciou que o próximo rei chegaria à cidade num carro de bois. A profecia foi cumprida por um camponês, de nome Górdio, que foi coroado. Para não esquecer de seu passado humilde, ele colocou a carroça com a qual ganhou a coroa, no templo de Zeus, e a amarrou com um nó a uma coluna, nó este aparentemente impossível de ser desatado.

O nó górdio remonta ao século VIII a.C.

Quinhentos anos depois, em 334 a.C., Alexandre Magno se viu desafiado a desatá-lo. Após uma minuciosa análise, desembainhou a espada e cortou o nó górdio. Ao cortá-lo e não desatá-lo, Alexandre não cumpriu o desafio, que, dizia a lenda, daria a quem o fizesse, o domínio de toda a Ásia Menor, que ele conquistou, mas teve uma morte prematura, aos 33 anos. Assim a sua vitória teve uma curta duração, ele praticamente não desfrutou do seu triunfo.

A questão não é cortar o nó. É desatá-lo. E para isso, aplico toda a minha inteligência, capacidade e competência, buscando a solução. É o grande enigma que se apresenta. Entendo que isso se dará pelo autoconhecimento que começa pela gratidão, pela aplicação consciente do entendimento, pela avaliação de tudo o que pensamos, falamos e fazemos. Sinto que o caminho é por aí.

(*) Heitor Freire é corretor de imóveis e advogado.

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