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Considerações sobre o último debate com os candidatos a prefeito de Campo Grande

Por Raimundo Edmário Guimarães Galvão (*) | 25/09/2012 09:03

Assisti, como muitos, ao último debate com os candidatos a prefeito de Campo Grande organizado pela UCDB, nesta última segunda-feira, dia 24 de Setembro e cheguei a conclusão que a instituição do debate como debate faliu, e essa modalidade de comunicação não passa hoje de mais um horário eleitoral gratuito adicional e muitíssimo chato.

Não empolga e é um convite pra desligar a TV. Também muito me impressionou o baixíssimo nível intelectual dos alunos e professores da instituição católica organizadora do debate, com suas perguntas bobinhas, abobrinhas, como por exemplo: o que o senhor vai fazer pela família de Campo Grande? Isso é um negócio muito abstratamente inespecífico.

Eu responderia sem dúvida que entregaria a cada uma delas uma cesta café da manhã com um belo cartão de felicitações! Mais uma: de que modo o senhor vai combater a violência nas escolas? Essa responderia sem titubear e achando Herodes natural: “matando todos os estudantes!” mais uma: como vai melhorar o sistema de transporte no entorno da UCDB? Essa até puxou uma brasinha para o Padre Marinone.

E por aí vai, dentre outras perfumarias mil. Eu realmente gostaria, como todos os outros eleitores atentos, de algo mais caloroso que colocasse o candidato em xeque, que o esmiuçasse de todas as formas, que o fizesse suar, deixando cair sua carapuça.

Os debates têm que balançar os candidatos. O Candidato tem mostrar pra que veio. Como por exemplo, numa réplica: Senhor candidato, o senhor falou das propostas para o sistema de transporte coletivo, mas enrolou, enrolou e não disse nada! Como é que isso? Em tudo que o candidato diz, percebe-se a necessidade questioná-lo de um modo mais incisivo pra saber se ele não está somente sofismando, blefando, que é uma característica nata dos políticos.

Como na teoria das espécies de Darwin, só os sobreviventes desses embates chegariam inteiros às eleições, em Outubro, aqueles melhor preparados, e não somente pela imposição partidária da indicação. E o eleitor até pensaria uma malvadeza sobre o candidato: pede pra sair! Seria uma eleição até mais emocionante! E isso poderia fazer a diferença.

Contudo, qual é a impressão que a gente fica quando termina de assistir a tudo isso? Que os candidatos saíram incólumes como entraram. Se vierem insípidos, saíram mais insossos ainda, nem cheiraram nem federam. Assim continuamos a pensar inadvertidamente que eles querem somente o poder!

(*) Raimundo Edmário Guimarães Galvão é músico, jornalista e humorista.

contato: galvaozim@gmail.com

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