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Construindo a psicopatia coletiva, por Valfrido M. Chaves

Por Valfrido M. Chaves (*) | 15/06/2011 09:28

É sabido que o indivíduo pode enlouquecer o grupo e o grupo enlouquecer o indivíduo. O que aconteceu na Alemanha, uma sociedade culta e civilizada, na época do Nazismo, bem exemplifica a relação entre o indivíduo e os grupos, com resultados catastróficos.

É ponto pacífico que as autoridades maiores tanto servem de exemplo, de modelo para as massas, quanto o modo como estas são conduzidas e manipuladas por aquelas, podem levá-las a condutas fatídicas. Tanto o Nacional Socialismo quanto o Socialismo marxista, com Hitler e Stalin não nos deixam mentir sobre essa questão do adoecimento da sociedade sob determinadas lideranças e ideologias dia-bólicas, ou seja, desintegradoras.

Mas vamos para nosso Brasil, caro leitor, tentando refletir sobre as conseqüências do exemplo e da conduta de nossos líderes e agentes do aparelho estatal no imaginário, no moral e caráter coletivo de nossa Nação.

Afirmo que não há como fazermos um bom prognóstico se bem olharmos a inversão de valores, o cinismo de líderes, a ausência de autoridade. Imagine o leitor o que acontece no imaginário coletivo brasileiro quando um líder com o carisma do Lula diz que o famigerado Mensalão não existiu; que seus amigos do peito envolvidos no “dossiê fajuto” seriam apenas “aloprados”, ficariam impunes e o dinheiro que tinham em mãos ficaria sem origem.

Da mesma banda, o líder do ataque e depredação numa grande fazenda produtora de laranja, flagrado e filmado em suas ações, diz que “foi uma armação”. Ou seja, errado era o helicóptero e o repórter. O Palocci, defenestrado da casa civil, tadinho, um líder do governo diz que saiu por causa da agressividade com que era atacado.

Quando será ressuscitado, se até o Delúbio já o foi? E a imoralidade da política indigenista em curso? Não se pode comprar terra para o índio, porque estancaria o conflito e ver-se-ia, então, o abandono desse povo pelo Estado brasileiro; saber-se ia que o índio não é preparado para o trabalho digno e produtivo, “porque vai acabar com sua cultura”, embora o índio diga que não quer cultura de barriga vazia.

Quem quer isso são grupos movidos a ideologia, dinheirismo e crença em que “o conflito é o motor da História”. Aí está em Sidrolândia fazendas invadidas, propriedades legítimas, onde o Ministério Público Federal representa contra a reintegração de posse, fazendo óbvio jogo do estímulo ao conflito e mais invasões.

Mas fazem isso na melhor das intenções, é de inocentes que eles não distinguem entre “proteção ao índio” com acobertamento de crimes praticados por índios. O proprietário, além de expulso de sua casa, é expulso da própria Constituição..Os invasores, de costas largas, impunes e inimputáveis, aprendem rápido que estão acima das leis.

Creio caber aqui uma indagação: qual a satisfação egóica e narcísica, daqueles que, tendo autoridade, fingem não ver o financiamento e manipulação das invasões? Que dão acobertamento a violações constitucionais de brasileiros contra brasileiros e promoção de ódio entre irmãos?

Que assim incentivam mais conflitos e invasões, também para acobertar o fracasso da política indigenista em promover nossos índios, para que eles possam colher os melhores frutos de nossa civilização, e não a droga, a prostituição, o álcool, os suicídios e suicidamentos?

Assim caminha, leitor, a pedagogia da amoralidade tocada por agentes do Estado brasileiro, através do descaramento inerente à programação ideológica dos mesmos. Esses são os exemplos que o povo brasileiro tem de nossas figuras de autoridade e que, no inconsciente coletivo, representam a figura do pai. Um pai amoral que a tudo autoriza. Inclusive alistar-se no PCC ou ingressar em instituições outras que promovem ou dão cobertura à Pedagogia para o ódio entre brasileiros.

(*) Valfrido M. Chaves é psicanalista.

e-mail: vmcpantaneiro@terra.com.br

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