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Cooperativismo: força que rompe fronteiras

Por Francisco Turra (*) | 06/07/2013 07:03

Hoje, o mercado está mais hostil. Não há produtor ou empresário que duvide disto. Seja atuando no mercado interno ou desbravando novas oportunidades em outros territórios, está cada vez mais difícil competir. Alguns grupos, buscando ganhar competitividade ou mesmo sobreviver, fundem-se com outros e tornam-se conglomerados poderosos. Outros fazem alianças e buscam competitividade por meio de parcerias que permitam reduzir custos e ganham agilidade frente a uma economia extremamente volátil. O isolamento é o caminho mais rápido para a bancarrota.

Assim é, também, no agronegócio. Novas tecnologias e ganhos em competitividade exigem cada vez mais investimentos dos empresários e produtores rurais, que muitas vezes não tem condições de arcar sozinhos com o custo elevado do progresso.

Está na cooperação a chave para o fortalecimento do agronegócio brasileiro. O cooperativismo abre novas fronteiras ao produtor rural e oferta novas oportunidades empresariais. A ação cooperada aumenta a capacidade de negociação, expande a escala, melhora a gestão competitiva e abre novos horizontes para quem quer ir além.

Não poderia, neste sentido, ter sido mais feliz a escolha feita pela Aliança Cooperativa Internacional (ACI) do tema do Dia Internacional do Cooperativismo de 2013, comemorado no primeiro sábado do mês de julho: “Empresas cooperativas continuam fortes em tempos de crise”.

Prova disto está nos resultados que o altamente profissionalizado cooperativismo brasileiro tem obtido junto à balança comercial. Conforme o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), as exportações das cooperativas ao exterior geraram ao país US$ 2,379 bilhões de janeiro a maio, 2% mais que nos cinco primeiros meses de 2012, que já havia registrado crescimento de 7,9%, em 2011. Antes ainda, na comparação de 2011 com 2010, o crescimento foi de 29,9%, e de 2010 para 2009 com 20,5%.

Conforme o próprio MDIC, as vendas por cooperativas praticamente dobraram entre 2007 e 2013, enquanto as exportações gerais do agronegócio cresceram 55%. Quase 130 países pelo mundo são clientes das cooperativas brasileiras. Açúcar, frango, café, farelo de soja, etanol e soja em grãos são os destaques nacionais neste cenário.

No caso da avicultura, é incontestável a força e a importância do cooperativismo. São empresas que alavancam o comércio dos produtos no mercado interno, expandem a receita das exportações com a agregação de valor nos produtos e auferem mais renda para a cidade e o campo.

São infinitas as possibilidades daquele que opta por unir forças em cooperação. O cooperativismo brasileiro é prova incontestável disto e em nosso estado este elevado nível de organização é ainda mais notável. Veja a força de entidades como a OCERGS, do Rio Grande do Sul, OCEPAR, do Paraná, OCESC, de Santa Catarina, OCESP, de São Paulo e tantas outras organizações estaduais, ou mesmo da nacional Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).

Estas são mostras que o cooperativismo brasileiro vai pelo caminho certo. Há grandes desafios ainda a serem superados, especialmente com relação aos gargalos logísticos que tanto travam e desperdiçam o potencial do nosso agronegócio. Mas as perspectivas são boas e a própria iniciativa cooperada tem criado soluções. O cooperativismo é um marco de excelência para o país e se consolida como exemplo a ser seguido internacionalmente.

(*) Francisco Turra é ex-ministro da Agricultura e presidente executivo da União Brasileira de Avicultura.

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