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Cota para concurso público: cérebro não tem cor

Por Watson Ranieri Miranda de Amorim (*) | 21/05/2014 10:28

Quando os brasileiros se unem, ou pelo menos parte deles, para repreender práticas racistas, como a vista semanas atrás, ocorrida com o jogador de futebol Daniel Alves, onde foi jogada uma banana em sua direção e, este, num lampejo de sabedoria, simplesmente comeu a fruta.

Quando, logo após o fato, surge nas redes sociais uma campanha intitulada: “Somos todos macacos”, cujo objetivo principal era mostrar a todos que a cor da pele não pode ser um diferencial na vida das pessoas, já que existe somente uma raça: a humana.

Enfim, quando achamos que nada mais poderia acontecer neste sentido, ou, pelo menos não deveria, qual seja, a discriminação por causa da cor da pele. Vem, aos galopes, nosso precioso Senado Federal, composto por vários “seres” da raça humana, em uma das suas várias trapalhadas jurídicas e aprovam a “COTA DE 20% PARA NEGROS EM CONCURSO PÚBLICO”.

Isso. Vocês não leram errado. Eles fizeram isso. Outra vez nossos políticos, cheios de "boas" intenções, vêm a público, por meio de uma lei federal, dizer que os negros precisam de cotas para assumirem cargos em órgão públicos.

Uma das maiores discriminações raciais que se têm notícia, pois se acham que negros precisam de cotas é porque não tem capacidade de estudar, se esforçar, e passar em um concurso público com ampla concorrência.

Afinal, a pergunta que precisa ser feita a estes “experts” legisladores: Em qual país todos são iguais perante a lei mesmo?

Não é a cor da pele que vai definir a capacidade intelectual de cada um. Não é reservar vagas específicas em concursos públicos que irá corrigir um erro do passado, como eles dizem.

O que irá ocorrer na verdade é a criação de um problema futuro, onde as pessoas discriminarão as pessoas “cotistas”, pois serão acusadas de estarem ali ou acolá por causa de cotas raciais.

O que nossos ilustres precisam saber é que cérebro não tem cor e, se tiver, são todos da mesma cor. E não é a cor do cérebro, muito menos da pele que definirá o futuro deste ou daquele. É sim seu esforço, sua determinação, sua capacidade.

Criar cotas é a forma mais cruel de discriminar aqueles que delas utilizam-se.

É o mesmo que dizer: já que são negros, burros, preguiçosos, nós te daremos uma forcinha e você conseguirá um bom emprego público, afinal, se não fosse isso não seriam capazes de concorrerem com os brancos, amarelos ou sei lá que cor.

Sabemos que não é assim. Sabemos que nem negros, nem brancos, nem amarelos precisam de ajuda da lei para progredirem e prosperarem. Quem precisa disso são os preguiçosos e os acomodados.

Essa cota é uma vergonha e acredito que os negros deveriam ser os primeiros a se levantarem contra e dizerem que não precisam dela, não precisam mais serem discriminados pela cor de sua pele. Que podem atingir seus objetivos com suas próprias forças, com empenho e determinação.

Afinal, como já disse, CÉREBRO NÃO TEM COR.

(*) Watson Ranieri Miranda de Amorim é bacharel em direito e assistente de gabinete no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.

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