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Da arrogância à liderança

Por Walter Roque Gonçalves (*) | 08/03/2016 10:31

Pesquisas desenvolvidas em Harvard por Saratoga Institute constataram que os motivos que levam trabalhadores a se manterem motivados são diferentes do que os gestores imaginam. Muitos desses gestores, se tornam autoritários e arrogantes, talvez na busca de mostrar serviço, por insegurança ou por acreditarem que pelo fato de pagarem os salários podem agir de tal forma. Respeitando os limites do assédio moral, até que podem agir assim, mas acabam amargando grandes prejuízos com a falta de comprometimento e rotatividade de funcionários.

A perca de motivação, por esses trabalhadores, pode levá-los a meros cumpridores de ordens, situação que os coloca bem longe do que se espera de um colaborador comprometido com o futuro da empresa.

Isto lembra um barco que precisa se deslocar contra a correnteza e as pessoas não sincronizam seus remos. O comandante do barco, insatisfeito com os resultados, começa a dispensar os remadores e colocar outros, enquanto o problema parece se repetir indefinitivamente com os novos contratados! Será, que neste caso, o problema é realmente com os funcionários?!

Salários e benefícios são importantes, principalmente para atrair talentos à empresa. A falta certamente gerará insatisfação, porém estes fatores não garantem o comprometimento e produtividade.

Estas pesquisas constataram que 90% dos gestores acreditavam que os funcionários se motivavam essencialmente pelo salário, enquanto 88% dos colaboradores diziam que a forma com que eram tratados os afetavam muito mais!
Você sabia que as 100 melhores empresas para trabalhar não são necessariamente as empresas que pagam mais no mercado?! Claro que os benefícios e salários estão próximos aos oferecidos pela concorrência, entretanto o clima organizacional adequado as tornaram empresas campeãs em retenção de talentos.

E, veja bem, não estamos falando aqui de mimos, de “passar a mão”, de ter que explicar tudo que acontece na empresa ou justificar cada ordem que for dada, isto em excesso compromete resultados e a evolução das pessoas. Muitos destes simplesmente se acomodarão e não entregarão a produtividade esperada! Falamos aqui de respeito, de ordens sem autoritarismo, de respeito sem arrogância, da valorização daqueles que fazem tudo acontecer.

As regras, limites, políticas, regimentos internos, departamentos, funções, atribuição de responsabilidades e autoridades são importantes para os resultados, da mesma forma que a postura do gestor e suas estratégias. Quando se fala de postura, podemos incluir a capacidade destes gestores de cumprirem suas promessas, de ouvirem seus subordinados, de serem o exemplo do comportamento que esperam dos outros.

Empresas lucrativas que respondem às mudanças de mercado, contam com equipes eficazes que compartilham da mesma missão e visão de futuro! Portanto, manter funcionários motivados pode ser mais simples do que se imagina: converse com eles sobre a empresa, compartilhe os desafios, as metas, ofereça feedbacks e reconheça os esforços.

Isto pode ser feito através dos elogios sinceros, atenção ao ouvir o que sentem em relação ao trabalho, num almoço no final do mês em comemoração aos bons resultados ou quando oportuno, num bônus salarial. Mesmo que o gestor não tenha esta postura hoje, pode vir a ter, porque entre a arrogância e liderança, está a consciência e a vontade de mudar.

(*) Walter Roque Gonçalves é consultor de empresas, professor executivo e colunista da FGV/ABS (Fundação Getúlio Vargas/América Business School) de Presidente Prudente (SP).

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