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Da perfeição

Por Heitor Freire (*) | 04/02/2016 08:00

Qual a finalidade da vida? Para que estamos aqui? Para viver um período de 50, 60, 70 anos? E depois acabar? Será que é assim? Algumas religiões pregam essa possibilidade. Depois da morte, espera-se pela ressurreição que não se sabe quando será.

Se fosse assim, teríamos milhares ou milhões de espíritos nessa situação. Convenhamos que deveria haver um lugar imenso para abrigar tantos espíritos desde o Princípio. Desde quando Deus decidiu criar o Universo.

Quando começamos a raciocinar, a pensar por nós mesmos, a exercitar o nosso pensamento, essa possibilidade se esvai como água entre as mãos. Evidentemente que respeitamos as pessoas que têm suas convicções embasadas nesse conhecimento exposto acima.

Então, se não é assim, qual a finalidade da vida? Será, talvez a evolução do ser humano, já que somos dotados da faculdade do raciocínio, o que nos incita a utilizá-lo, de onde decorre a dúvida, que nos impulsiona a questionar tudo? Heráclito, 500 anos antes de Cristo, já demonstrou claramente que a única coisa imutável em todo o Universo é a mudança.

Assim, estamos permanentemente em ação. Querendo ou não querendo, porque somos levados a isso. Não conseguimos ficar parados.

Seria então, a finalidade da vida a busca da perfeição? E como encontrá-la? Qual o caminho a seguir? Há uma via única? Quem nos orientará? Aí é que está o grande enigma. Penso que Deus, em sua infinita sabedoria, nos dotou de todos os mecanismos necessários para a nossa evolução.

Desse modo, é no nosso interior que vamos encontrar a bússola que orientará a nossa busca. E sentimos que chegará o momento em que seremos confrontados com essa situação. Da qual poderemos, talvez, desviar-nos, deixar para depois, mas inevitavelmente chegará o ponto da verdade.

Então, de raciocínio em raciocínio poderemos concluir que a finalidade da vida é a perfeição. A evolução constante até atingirmos esse estágio superior. Entenderemos então, penso eu, que compreenderemos que os caminhos são vários, a busca da perfeição nos levará naturalmente à felicidade.

Mas vamos palmilhar esse caminho devagar. Sobre esse tema, Mário Quintana nos mostra duas maneiras:

“Com o tempo, você vai percebendo que, para ser feliz, você precisa aprender a gostar de você, a cuidar de você, e, principalmente a gostar de quem também gosta de você”.

E sobre a perfeição da vida, ele ensina:
“Para que prender a vida em conceitos e normas?
O belo e o feio... o bom e o mau... dor e prazer...
Tudo, afinal, são formas
E não degraus do Ser!”

Aristóteles, diz: “Nós nos transformamos naquilo que praticamos com frequência. A perfeição, portanto, não é um ato isolado. É um hábito”. Donde se conclui que devemos nos dedicar com assiduidade àquilo que pretendemos ser.
O que devemos evitar é exatamente pretender ensinar aos outros o que aprendemos, para não nos tornarmos esnobes. Ninguém é dono da verdade.

O que nos leva ao Eclesiastes, 7, 16: “Não sejas muito justo; nem mais sábio do que é necessário, para que não venhas a ser estúpido”.

(*) Heitor Freire é Corretor de imóveis e advogado

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