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Das formas de comunicação

Por Heitor Freire (*) | 02/04/2012 06:57

A comunicação é uma das ferramentas mais marcantes e significativas no relacionamento entre os seres humanos. Permite a interação entre as pessoas quando bem aplicada, embora muitas vezes não seja necessariamente entendida porque se faz de forma complexa, dificultando a sua compreensão.

Quando o homem passou a conviver com o outro sentiu necessidade de emitir um sinal como expressão do pensamento e, uma vez compreendido, deu início à comunicação. É evidente que quem deu o start, sem sombra de dúvida, foi a mulher. Daí para frente a evolução se deu em progressão geométrica. Até hoje existem a comunicação não verbal e a verbal. A primeira permite, por meio da interpretação do comportamento, uma definição de situações e de intenções que se traduzem pela expressão facial e pelos gestos.

Tenho um amigo que foi gerente de banco. De tempos em tempos a diretoria do banco promovia encontros e palestras, visando o aperfeiçoamento do seu pessoal. Uma vez, ele me contou, um dos ensinamentos mais valiosos que aprendeu no curso é saber fazer a leitura do que os clientes transmitiam pelos gestos, pela expressão facial, muitas vezes mesmo sem falar. Entre os macetes que aprendeu, havia uma expressão que era a campeã. Quando um cliente começasse uma frase com a expressão “Veja bem...”, era para ficar alerta porque o que viria a seguir, normalmente, seria uma tentativa de encobrir algo para lhe enganar. Ou de mascarar uma pretensão que não poderia ser manifestada explicitamente.

Aliás, se prestarmos atenção no nosso interlocutor também chegaremos à mesma conclusão. É impressionante como os políticos usam essa expressão. A cada momento estamos ouvindo-a. O ex-presidente Lula é o campeão no seu uso continuado. E se destaca como um dos grandes comunicadores, principalmente na “arte” da engrupição.

Maquiavel, em sua obra prima, O Príncipe, retratou de forma magistral os procedimentos a serem observados por aqueles que pretendem o poder, ou viver ao seu abrigo. É interessante como muitos dos políticos, mesmo não conhecendo esse livro, comportam-se da maneira por ele preconizada. Parece que é uma energia que envolve os políticos e se irradia por todo o planeta, é a chamada sincronicidade.

Por que será que esse vírus disseminado por todos os lugares se inocula especialmente na encarnação dos políticos e se manifesta através dos tempos, influindo negativamente no comportamento deles?

Na filosofia chinesa existe um tratado denominado Tao Te KIng onde se registrou todo o ensinamento do homem considerado um dos mais sábios de todos os tempos, Lao Tsé. Dentre os 81 aforismos que compõem essa filosofia, há um que ensina a agir pelo não agir, e cujo conceito, quando se alcança o seu significado, orienta de forma sábia o comportamento das pessoas. Sempre com fundamento numa verdade e com um fundo moral.

E é essa prática que deveria nortear a comunicação, não só dos políticos, mas de todos nós.

(*) Heitor Freire é corretor de imóveis e advogado.

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