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Davizinhos e os gigantes da atualidade

Por Kleber Gomes (*) | 05/09/2015 08:29

Sempre admirei a fé, a coragem e a visão que Davi possuiu diante do maior gigante que teve à sua frente, o grande Golias. Três importantes itens que, por diversos motivos e desmotivações, têm faltado em uma grande maioria hoje em dia. Três detalhes que, de repente, estejam esquecidos ou mesmo adormecidos aí em sua vida.

O primeiro item que não podia faltar ao jovem campeão Davi era a sua fé. Quando portadores dessa fé, nada nos segura, seguimos em frente, assumimos o papel que é nosso e de mais ninguém. O príncipe hebreu assumiu aquilo que era o seu papel e de ninguém mais. Ele sabia que não seria Saul, um de seus valentes irmãos ou mesmo um outro soldado aquele que iria decretar um ponto final nas sucessivas derrotas experimentadas por Israel. Quando acordamos para a vida e assumimos o que é nosso, no caso uma missão a executar, marchamos, seguimos adiante e conquistamos o possível e o impossível. Há áreas na vida em que o papel é nosso, intransferível, de ninguém mais. Se não formos à guerra, outros não irão, as coisas continuarão as mesmas. A fé imbatível que falta hoje a muitos é a peça chave para o seu avanço aí neste instante.

Na sequência, a coragem do pequeno pastor de ovelhas não foi algo que superou a coragem dos demais, afinal ela era a única existente entre o povo de Israel. A coragem de Davi não superou a de ninguém, pois não existia outra.

Ninguém mais sabia o que era isso. Todo o povo de Israel tremia frente ao grande campeão dos filisteus. Se os mais peritos na guerra e na arte da conquista acovardavam-se diante do inimigo, o que não esperar dos mais simples entre os hebreus? Campeões não são forjados de um minuto para o outro, de uma noite para a outra ou em um susto qualquer. A caminhada do futuro rei demonstrava que um grande campeão estava sendo formado. Os maiores vencedores que conheci buscaram em algo a inspiração para ascenderem, tiveram um início em seu processo vitorioso. Eles são formados nas idas e vindas da vida, nos sobe e desce do dia a dia e na superação naquilo que ninguém mais coloca a fé. Antes dos louros da vitória, do pódio mais alto e dos troféus e medalhas conquistadas, há o suor, a dor e as perigosas curvas da vida. Antes da maior de todas as suas batalhas, o simples pastor de ovelhas já havia enfrentado vitoriosamente leões e ursos. A preparação para essa maior vitória já havia começado há algum tempo. A coragem que colocou por terra o maior de todos os inimigos foi plantada para que fosse colhida no tempo certo.

E, por último, a visão que Davi tinha do problema foi algo formidável. O problema do pequeno príncipe era grande demais para que ele deixasse de errar o alvo. A visão certeira que temos da realidade à nossa volta faz-nos acreditar em nossas próprias armaduras, no que temos em mãos para o enfrentamento das dificuldades e para o tiro certo no alvo. Davi não foi em frente com a armadura de Saul. Não foi camaleão, no pasto com as ovelhas um Davi, no palco da batalha um outro Davi. O que o pequeno pastor era na solidão do apascentar de suas simples ovelhas ele foi diante dos olhos de toda a multidão. A visão correta do problema fez com que Davi fosse para a maior de suas pelejas com o melhor que tinha e com aquilo que de fato precisava para vencer, uma simples bolsa de pastor, uma funda e cinco pequenas pedras. A visão real da dificuldade refaz rotas, corrige posturas e reinventa estratégias. Aprendemos com Davi que armaduras alheias não nos farão melhores que ninguém e muito menos vencedores. A escolha da armadura e das armas certas depende da visão correta que temos da batalha e do inimigo à frente. Essa visão é que nos faz acertar nesse quesito.

Apanhamos tanto lá no passado que, por vezes, acabamos nós mesmos declarando as impossibilidades em nossa vida. Muitos dos gigantes que temos pela frente foram criados por nós mesmos devido a inúmeros motivos derrotistas, pessimistas e medíocres que colecionamos ao longo dos tempos.

Seguir os passos do pequeno príncipe da narrativa do remoto passado bíblico é hoje um grande desafio. Nenhum gigante hoje à nossa frente deve continuar sendo um bicho papão, uma muralha ou o motivo de mais medo. Chegou a hora de encararmos o que temos pela frente com a motivação ainda existente em nós, a chama que teimou em se apagar, mas que permaneceu. O fogo motivador que acende em nós é o responsável por irmos em busca do resultado que ninguém mais acredita. Há porventura aí dentro de você um Davizinho pronto para entrar em cena e fazer toda diferença diante dos maiores gigantes da atualidade em sua vida? Fé, coragem e visão correta, portanto!

(*) Kleber Gomes, pastor evangélico da Igreja Batista Ebenézer Vila Pioneira em Campo Grande e terapeuta familiar

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