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Desarmamento - Ficção Ideológica

Hiram Reis e Silva* | 19/10/2011 12:30

Desde a divulgação do “Mapa da Violência 2011”, em fevereiro, já havia ficado claro que, no Brasil, a relação entre a quantidade de armas em circulação e a de assassinatos é imprópria, pois que a região do país campeã em tais crimes é exatamente a mesma onde há menos armas em circulação: o Nordeste. O relatório da ONU é a ratificação, em âmbito mundial, do quanto todos os estudos sérios sobre o assunto já vinham demonstrando, ou seja, que não há qualquer relação entre a facilidade de acesso do cidadão às armas de fogo e o aumento nas taxas de homicídios, os quais, em verdade e como também registra o estudo, estão diretamente relacionados às atividades criminosas, como o tráfico de drogas.

As informações contidas no relatório, tendo como origem justamente a entidade que mundialmente mais vinha se empenhando pelo desarmamento, deve, no mínimo, promover uma profunda reflexão técnica naqueles que, até hoje, defendem a tese apenas por uma questão de ideologia.

(Fabrício Rebelo - Desarmamento)

Meu pai, Cassiano Reis e Silva, foi um brilhante oficial do Exército Brasileiro e excelente atirador. Ao concluir a Escola Militar do Realengo (Real Engenho) optou por servir em Rosário do Sul, Rio Grande do Sul. Foi enfeitiçado pelo minuano, apaixonou-se por uma gaúcha, chamada Maria, minha mãe, e pelos costumes pampeanos. Como ele mesmo dizia, depois de algum tempo encantado pela querência que o recebera de braços abertos, continuava a se considerar carioca de nascimento, mas se tornara gaúcho de coração. O velho Cassiano adaptou-se aos costumes da terra, tornou-se um excelente cavaleiro e tomou gosto pelas pescarias e caçadas. Desde “piazito” eu acompanhava a ele e aos meus “tios” nas pescarias onde aprendi a iscar, pescar, tarrafear e a ajudar nas lidas do acampamento.

Mais tarde, com doze anos, com uma pequena garrucha calibre 28 perambulava com ele pelos pampas caçando perdizes. Ele me ensinou que jamais devia se atirar “no pio” (a ave no chão) e sim fazer com que o cachorro a “levantasse” e atirasse no vôo, devia-se conceder ao animal uma chance de escapar voando. Naquela época a munição era cara e meu pai carregava os cartuchos em casa e eu o ajudava na colocação das buchas nos cartuchos da 20. Fui criado conhecendo, de perto, os cuidados e os perigos que uma arma representa.

Mais tarde, seguindo os passos de meu pai cursei a Academia Militar das Agulhas Negras e fui conhecendo outras armas, mas sempre dedicando a elas o mesmo cuidado que meu velho pai me ensinara. O tiro faz parte da preparação profissional do militar e por isso mesmo acho que a falácia de culpar as armas pela morte de inocentes é mais um grande equívoco dos “piedosos pacifistas”. Defende-se o desarmamento dos cidadãos de bem enquanto o próprio Estado se mostra incompetente em garantir a segurança da população. Embora o povo brasileiro já tenha se pronunciado a respeito o governo, aproveitando da repercussão de determinados fatos, mobiliza-se para um novo plebiscito.

No meio deste imbróglio todo, surge finalmente um relatório sério, e acima de qualquer suspeita, que comprova o que há muito já se sabia e que os “pacifistas amestrados” tentavam esconder.

- Relatório do Escritório da ONU para Drogas e Crimes (UNODC)

Segundo a ONU, não existem evidencias que confirmem, cientificamente, que exista uma relação entre o número de armas e as taxas de homicídio, havendo inclusive, provas de que esta relação seja inversamente proporcional.

É a primeira vez que um documento oficial das Nações Unidas reconhece inexistir comprovação científica de que a redução na quantidade de armas em circulação possa reduzir a criminalidade, fato que, até então, vinha, equivocadamente, sendo tomado como verdade absoluta. (Bene Barbosa).

Especialistas em segurança pública consideram o relatório um marco importante que desmistifica a tese, puramente ideológica, de que o incremento da violência tem aumentado em decorrência da facilidade de acesso às armas de fogo. O relatório admite, ainda, que as armas destinam-se à preservação da vida das vítimas, fato até então renegado pelos órgãos de pesquisa.

(*) Hiram Reis e Silva é coronel de Engenharia, professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA). presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS), presidente do Instituto dos Docentes do Magistério Militar (IDMM), presidente da Academia de História Militar Terrestre do Brasil - RS (AHIMTB), membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS), colaborador emérito da Liga de Defesa Nacional

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