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Deseducando o Brasil

Por Aloísio Teixeira Garcia (*) | 01/06/2011 06:04

O livro Por uma Vida Melhor, distribuído pelo Ministério da Educação a meio milhão de alunos do ensino fundamental, agride o bom senso e vai na contra mão dos objetivos maiores da educação. Estamos diante de um obscurantismo que vê a língua culta – obrigatória nos vestibulares e nos concursos oficiais – como discriminação contra excluídos, cuja inclusão só se dá pela educação com qualidade e começa pela forma adequada em se expressar e comunicar-se.

A apologia do erro; “nós vai” ou “os livro”, não levará o país e sua juventude a ascender socialmente com oportunidades profissionais, introduzindo-os no vasto universo cultural. Não é por acaso que ocupamos a 53ª posição entre os 65 países avaliados pelo Pisa, comparativo internacional de desempenho escolar em disciplinas fundamentais.

Há a linguagem dos torpedos pelos celulares ou as abreviações que dominam os e-mails, mas não há um linguajar popular a se contrapor à língua oficial ou culta, gramaticamente correta, que será obrigatória ao longo da vida, para que se tenha perspectivas reais de ascender socialmente em um mundo altamente competitivo.

O universo que se abre aos que dominam o idioma e as regras gramaticais permite que conheçam e naveguem pelas ciências, pela literatura, ou pela sociologia, com notável crescimento intelectual e espiritual, tornando-os cidadãos de um mundo globalizado. Ao contrario do caminho equivocado da autora do mencionado livro, encampado pelo MEC e adquirido com recursos públicos, a educação é libertadora, inclusiva e democrática.

Machado de Assis, autodidata, se curvava às letras certas e se impôs ao reconhecimento e admiração de várias gerações. Barack Obama, pelas origens familiares ou a cor da pele, nunca chegaria onde chegou se não cursasse uma das Universidades mais conceituadas dos Estados Unidos. Lá, a exigência existente sobre lideranças políticas exigem uma formação básica de quem disputa cargos públicos.

O Brasil quer filhos vencedores, e o caminho da educação com qualidade não pode ser contaminado por exemplos como estes.

(*) Aloísio Teixeira Garcia, secretário geral da Academia Mineira de Letras.

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