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Diplomas à vista

Por Luiz Gonzaga Bertelli (*) | 29/05/2014 08:35

Um país que pretende estar entre as grandes potências mundiais precisa investir em educação básica e, principalmente, nas áreas de ciência e tecnologia. Não existe outro caminho. Só assim não ficará à mercê da importação de técnicas e profissionais das nações mais desenvolvidas, o que encarece o custo das operações, tornando-se menos competitivo no mercado internacional.

Um ponto positivo, no entanto, verificado nos últimos anos, é o crescimento da educação superior no país. Em 2002, quase 2,5 milhões de pessoas se matricularam nas universidades, centros universitários e faculdades. Esse número passou para 5,14 milhões em 2012. O curioso é que em 2002, as universidades detinham o maior número de alunos. Dez anos depois a tendência se inverteu. A maioria dos estudantes estava matriculada nos centros universitários ou faculdades, que são instituições de menor porte, que não têm a obrigação do desenvolvimento de pesquisa e extensão. Geralmente, esses espaços são mais ligados à formação profissional, sem a pretensão de ampliar novos conhecimentos.

A expansão dessas unidades permitiu uma maior “democratização” do ensino superior, pois incentivou o acesso de classes com menor poder aquisitivo ao ensino superior. Sem a necessidade de amplos laboratórios e equipamentos específicos, essas faculdades podem cobrar mensalidades mais acessíveis. Os alunos mais carentes ganharam condições eficazes de inclusão com os programas federais do Prouni (bolsa para alunos de baixa renda) e com o Fies (Fundo de Financiamento Estudantil). Esses programas também permitiram a manutenção da saúde financeira das instituições, já que, pelo Prouni, as escolas particulares têm isenções fiscais, e pelo Fies, reduz-se o risco de inadimplência.

Ter mais jovens em cursos de graduação é salutar para o desenvolvimento do país, mas as instituições precisam investir na qualidade dos cursos para a formação de profissionais cada vez mais qualificados, que possam contribuir, de forma decisiva, para o crescimento econômico e social da nação.

(*) Luiz Gonzaga Bertelli é presidente executivo do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), da Academia Paulista de História (APH) e diretor da Fiesp.

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