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Do comerciante, por Heitor Freire

Por Heitor Freire (*) | 18/07/2012 09:06

Há uma discussão interessante a respeito de qual seria a profissão mais antiga do mundo. Popularmente se diz que seria a prostituição. Mas há um engano nessa afirmação, porque profissão enseja necessariamente um pagamento em retribuição a um trabalho prestado. E no começo do mundo não havia dinheiro ou nada que se lhe equivalesse. A moeda só foi surgir na China, há 4000 anos. Com as características atuais, surgiu na Grécia no século VII a.C. Com a evolução, chegamos ao papel-moeda.

Primitivamente as comunidades eram formadas por pessoas que se aglutinavam em função de interesses comuns. A subsistência, inicialmente era provida por caça. Assim se pode considerar o ofício de caçador como uma das mais antigas. Mas mesmo assim, no começo não havia remuneração o que, novamente, invalida essa tese. Outros consideram a agricultura como a atividade mais antiga.

O que não se discute é que no começo o ser humano tinha de cuidar da alimentação da sua comunidade. E o que havia em excesso ou era produzido acima das necessidades do grupo, passaram a ser trocadas, iniciando-se aí a troca de mercadorias que foi denominada de escambo. No começo a troca era feita sem a preocupação da equivalência em valor. A criança, por exemplo, troca com um colega um brinquedo caro por outro de menor valor, mas que quer muito, sem considerar o seu preço.

Quando entra em cena a moeda, a situação começa a mudar significativamente. Com ela, a atividade passou a ser operação triangular, início do comércio. O comércio é a mola propulsora do progresso, desde que o mundo é mundo. Assim foi em todas as épocas, desde as mais remotas. O que nos leva a considerar como a profissão mais antiga a do comerciante e cuja atividade sempre contribuiu para um desenvolvimento geral.

No dia 16 de julho – data de nascimento de José da Silva Lisboa, o Visconde de Cairu – comemora-se em todo o Brasil o Dia do Comerciante, instituído pela lei nº 2048, de 26/12/53. Trata-se de uma das datas mais importantes do nosso calendário, pois o comércio é vital para a economia de uma nação. Afinal, é por meio do comércio que são escoadas todas as produções, desde os produtos hortifrutigranjeiros, até os mais sofisticados equipamentos industriais.

O Visconde de Cairu foi sem dúvida alguma o político brasileiro mais influente em fins do século XVIII e parte do século XIX, influenciando diretamente D. João VI e depois D. Pedro I. Em 1809, organizou o código de comércio. Foram tantas as suas iniciativas, todas voltadas para o livre exercício das atividades comerciais e industriais em nosso país, que não caberiam neste artigo. Destaco também sua atuação no campo da educação: em 1832 lutou pela criação de uma universidade no Rio de Janeiro, que só foi concretizada 100 anos depois.

O dia do comerciante como registro histórico é o dia 16 de julho. Mas o comerciante é um profissional tão competente, que, na realidade, existem vários dias do comerciante em cada ano: dia das mães, dia dos pais, dia dos namorados, dia da criança, natal. Na realidade, se formos computar o que acontece mesmo, vamos chegar à conclusão que todo dia é dia do comerciante.

(*) Heitor Freire é corretor de imóveis e advogado.

heitorfreire@heitorfreire.com.br

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