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Do Prontuário

(*) Heitor Freire | 04/03/2014 11:37

Nesta experiência que estou vivenciado como diretor da Associação Beneficente de Campo Grande - entidade mantenedora da nossa Santa Casa deparo-me constantemente com usos, costumes e vocabulários próprios dos profissionais que ali labutam.

Entre estes está “prontuário”: do latim promptuarium: Lugar onde se registra qualquer coisa de que se venha a precisar. Livro com a matéria resumida e de modo que facilmente se pode consultar; manual. Fichário ou ficha que contém informações e antecedentes importantes a respeito de alguém ou de algo (prontuário médico; prontuário policial). O conjunto dessas informações. Lugar onde se guardam ou arquivam coisas importantes de que se pode fazer uso a qualquer momento.

Um dos documentos mais antigos que se conhece dessa natureza é o papiro atribuído ao médico egípcio Imhotep ( 2655-2600 a.C). Ele tinha a função de chanceler do faraó e sumo-sacerdote do deus-sol Rá, em Heliópolis. Imhotep é considerado o primeiro arquiteto, engenheiro e médico da história antiga. É ainda, considerado o patriarca da medicina. Ele viveu 2000 anos antes do grego Hipócrates. Desse papiro se originou o seu uso como instrumento de informação médica.

Prontuário médico é a soma de todas as informações a respeito do paciente. Tem por objetivo organizar todos os procedimentos relativos à sua terapia medicamentosa e/ou também inocentar no caso de algum processo judiciário.

O Institute of Medicine (IOM - Instituto de Medicina, uma instituição americana sem fins lucrativos, organização não-governamental fundada em 1970, nos termos da Carta do Congresso da Academia Nacional de Ciências) é parte do Estados Unidos National Academies, que inovou com o prontuário eletrônico do paciente: “um registro eletrônico que reside em um sistema especificamente projetado para apoiar os usuários fornecendo acesso a um completo conjunto de dados corretos, alertas, sistemas de apoio à decisão e outros recursos, como links para bases de conhecimento médico”. O Computer-based Patient Record Institute define o prontuário eletrônico ressaltando que “um registro computadorizado de paciente é informação mantida eletronicamente sobre o estado de saúde e os cuidados que um indivíduo recebeu durante toda sua vida”.

O prontuário tem uma aplicação ampla e não se restringe apenas ao prontuário médico e ao policial. As empresas também o aplicam. Em algumas delas, ao receber uma cópia do código de conduta, cada funcionário assina um protocolo de recebimento e conhecimento que fica arquivado em seu prontuário. Em companhias com um determinado número de empregados, é fundamental controlar o ciclo de vida da identidade de cada um deles.

Em caso de aprovação, o documento respectivo será arquivado na área de recursos humanos, no prontuário do colaborador – designação que hoje, em muitas empresas identifica o funcionário – e estabelecerá também, quando for o caso, condições específicas e transparentes para o relacionamento comercial entre a companhia e a empresa na qual o colaborador possua qualquer interesse.

Estas informações todas me fazem pensar que deve haver também um prontuário universal, divino, particular de cada um. Desde o princípio e para sempre onde deverão estar registrados todos os atos, intenções, pensamentos, palavras de cada um. E que deve, naturalmente, ser dinâmico como uma contabilidade celestial, marcando todos os débitos e créditos, atualizando constantemente o saldo que poderá ser devedor ou credor.

Vivas para o bendito prontuário.

(*) Heitor Freire – Corretor de imóveis e advogado.

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