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Do sacerdócio da medicina

Por Heitor Freire (*) | 29/07/2014 14:21

A história de Campo Grande é plena de médicos que contribuíram com sua dedicação, capacidade, competência, solidariedade, fraternidade, altruísmo e verdadeiro espírito humanitário, tratando da saúde da população de forma dedicada e sem interesse financeiro, trabalhando, cumprindo o legado e o juramento de Hipócrates em sua essência: "Onde há amor pela humanidade há amor pela arte da Medicina".

Elencar o nome de todos os médicos que se destacaram em nossa história seria preencher páginas e páginas, tão grande é o número desses profissionais que se dedicaram à causa de servir ao próximo.

Vamos mencionar, entre tantos, Fernando Corrêa da Costa (também prefeito de Campo Grande, governador de Mato Grosso por dois mandatos e senador da república), Vespasiano Barbosa Martins (prefeito de Campo Grande, senador da república e governador do estado de Mato Grosso no período da revolução constitucionalista), Ary Coelho de Oliveira (prefeito de Campo Grande, assassinado no exercício do cargo), Alberto Neder, um dos fundadores da Associação de Amparo à Maternidade e à Infância, da Clínica Campo Grande, da Associação Campo-Grandense de Combate ao Câncer, junto com seu irmão Alfredo Neder, Sirzil Wilson Maksoud e outros médicos.

Alberto Neder fundou também a Associação Médica de Campo Grande, entre outros médicos, juntamente com o dr. Walfrido de Arruda (seu primeiro presidente) e João Pereira da Rosa (primeiro reitor da nossa Universidade Federal, atual presidente da Academia de Medicina de Mato Grosso do Sul, tendo presidido também a Associação Médica de Campo Grande quando construiu a sua sede própria).

Mas hoje queremos mesmo é falar do dr. Coriolano Ferraz Baís, que retrata com perfeição os atributos que elenquei acima. Neto de Bernardo Franco Baís, um dos fundadores da Sociedade Beneficente de Campo Grande, embrião da atual Associação Beneficente de Campo Grande, Coriolano era filho de Bernardo de Carvalho Baís e de Maria Madalena Ferraz Baís.

Formado em 1953 pela Faculdade Nacional de Medicina (RJ), voltou para Campo Grande em 1954, onde passou a trabalhar como médico. Seu primeiro consultório foi dividido com o dr. João Pereira da Rosa e dr. Kalil Rahe (dentista), na rua Cândido Mariano, logo depois da Farmácia São Bento. Desde então trabalhou na Santa Casa, onde exerceu a chefia do setor de cirurgia por
20 anos. Foi também diretor clínico do hospital por quatro anos.

Na administração do prefeito Antônio Mendes Canale, foi fundador do Instituto Municipal de Previdência de Campo Grande (IMPCG). Foi um dos fundadores do CTI – Centro de Terapia Intensiva da Santa Casa.

Neste período em que ainda ecoam as manifestações pelos 40 anos do CTI, é oportuno e justo destacar a atuação do dr. Coriolano, merecedor de uma distinção concedida pela Associação Beneficente de Campo Grande, mantenedora da Santa Casa, que em seus 95 anos de existência, outorgou a poucas pessoas o título de sócio benemérito. Entre elas ao médico Coriolano Ferraz Baís, coroando assim o reconhecimento dessa instituição.

Nesta oportunidade, fazemos coro com todos os que reverenciam o trabalho silencioso e anônimo do dr. Coriolano, ao longo de 60 anos de labuta no sagrado exercício do sacerdócio médico. Sua ação, movida pela compaixão que o levou a levar alívio aos que sofrem, merece também o aplauso de gratidão da atual diretoria da Santa Casa.

(*) Heitor Freire é advogado, corretor de imóveis e primeiro secretário da ABCG (Associação Beneficente de Campo Grande).

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