ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  18    CAMPO GRANDE 26º

Artigos

Dr. Luis Antonio Franco – o sacerdote da natureza

Por João Rees Dias (*) | 13/01/2012 10:18

Nesta quinta-feira, 12 de janeiro de 2012, choveu copiosamente em Campo Grande, a natureza triste parecia prever que no final da tarde, seu mais ardoroso defensor, deixaria esta vida para ser mais uma estrela no universo.

Dr. Luis Antonio Franco, que entre tantas coisas foi advogado, corretor de imóveis, escritor, jornalista, bancário, corretor de valores, partiu desta vida, mas deixará sua marca na história como um dos maiores ambientalistas do Brasil.

Para a maioria das pessoas que nunca ouviram seu nome ou seus feitos, foi só mais um, mas para aqueles que tiveram o privilegio de conhecê-lo, de conviver ao seu lado deixará muitas saudades e um grande legado.

Homem simples, de fala mansa, com muita Fé em Deus e na vida e de ferrenha convicção na defesa da natureza. Não tinha ele intenções de arrecadar fundos, de ser subsidiado por nações ou corporações, que se utilizam da “boa intenção” de inúmeras ONGs de defesa da natureza apenas para atender aos seus interesses corporativos e econômicos.

Dom Luis como eu gostava de chamá-lo, por ser descendente de Pedro Álvares Cabral, nunca lucrou com a defesa da natureza, pelo contrario investiu quase todo o seu patrimônio pessoal na luta pelo seu ideal.

Sacerdote da natureza como ele se proclamava em nossas conversas, lutou pela aprovação e promulgação de varias Leis, como a Lei Federal 7653 da qual participou e sua elaboração, tendo sido sancionada 1988 pelo senador José Sarney, quando presidente da República, esta lei introduziu no sistema penal brasileiro a punição inafiançável para os predadores de animais silvestres, entre outros, crimes ambientais, e a proibição da pesca no período da piracema. As leis beneficiaram diretamente o Pantanal.

Também esteve presente na assessoria legislativa do Congresso Federal, participando ativamente da Constituição Federal em seus capítulos em defesa da natureza. Por sugestão dele, a educação ambiental foi incluída no texto da Constituição Federal (Art. 225, parágrafo 1º, inciso VI) como matéria obrigatória em todos os níveis de ensino, assim como a conscientização pública para a preservação do meio ambiente. Passados 23 anos, o dispositivo constitucional ainda não foi regulamentado.

Também na Constituição do Estado de Mato Grosso do Sul tem em seu Capitulo VIII – Do Meio Ambiente as mãos e os ideais deste artífice da natureza.

Através da FÉ – Fundação Ecológica, Dr. Luis Franco desenvolvia suas atividades para tentar, não com idéias absurdas ou infundadas, que visam apenas a atravancar o desenvolvimento do Brasil, mas incentivando a mudança da consciência das pessoas para buscarem alternativas que visassem o desenvolvimento sustentável de nosso País.

Meu amigo, que Deus o tenha em grande conta, pois dedicaste a sua vida em defesa da criação do Criador. Sentiremos sua falta, mas o seu legado e o ideal se manterão vivos em nossos corações.

(*) João Rees Dias – “amigo eterno” - é empresário na área de turismo de Mato Grosso do Sul.

Nos siga no Google Notícias