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E agora, como fica o Brasil?

Por Ágide Meneguette (*) | 01/09/2016 10:35

O processo do impeachment, que marcou a maior crise política brasileira, chegou ao fim e Michel Temer é confirmado como definitivo na condução do país, marcando o fim do período de poder do PT iniciado com o Lula.

Saímos do impasse, mas os problemas não se encerram com a posse. A presidente foi, mas a crise ficou. Podemos tirar algumas lições disso tudo. Pela segunda vez o Brasil tem um presidente é impichado.

Não é o que se desejava, mas um direito do processo democrático que foi exercido. E nisso a pressão popular teve um grande papel. O agronegócio teve grande participação e se posicionou claramente pelo impeachment ao entender que o Planalto tinha demonstrado apoio as badernas feita por movimentos que apoiam o PT, desrespeitando a Constituição. Por entender também, que não havia mais condições de governabilidade, o que afetou nossa economia e a imagem do nosso país lá fora.

Espera-se agora que a população continue a exercer seu direito. Mas também a sua responsabilidade, não deixando ao poder público o direito exclusivo de decidir nosso futuro. Também fica a expectativa de que o amadurecimento da democracia traga maior pudor aos políticos no trato da coisa pública.

O rombo deixado nos cofres públicos e os inúmeros problemas pela falta de recursos são heranças malditas que terão que ser administrados por Temer e sua equipe.

O governo terá que enfrentar muitos desafios para conter a instabilidade econômica, mas também terá melhores condições de negociação. Desde que atenda a expectativa e de sinais ao mercado de que tem força política para conseguir o apoio do Congresso para aprovar medidas duras para equilibrar as contas públicas. Espera-se um governo de reformas.

Até agora os sinais positivos foram tímidos. Livre do desconforto da posição de interino, espera-se uma postura firme do governo demonstrando sua força e habilidade para reestabelecer a confiança do setor produtivo.

Podemos perceber alguns sinais pontuais de reação da economia. Para a agricultura, por exemplo, o novo governo já deu sinais que nos animam. Demonstrou respeito pelo setor e interesse em buscar soluções para impulsionar o agronegócio.

Contudo ainda não são suficientes para comemorações. Continuamos com milhares de desempregados e o brasileiro continua perdendo seu poder de compra.

O calendário eleitoral é outra pedra no caminho, considerando que este ano ainda temos eleições municipais e 2018 as eleições presidenciais. E, político não gosta de medida impopular, ainda mais em ano eleitoral. Sobra 2017 para que algo produtivo aconteça.

Outro grande problema, como já demonstrou, o PT é bom de oposição e a cúpula já começa a se movimentar. Seria ingenuidade acreditar que aceitariam pacificamente o impeachment. A reação virá e com força para tentar se manter até as eleições presidenciais de 2018.

Ainda não superamos o trauma, teremos que percorrer um longo caminho, mas espera-se que o pior já tenha passado e possamos virar a página. Por que o amanhã, quem sabe como será?

(*) Ágide Meneguette é presidente do Sistema FAEP/SENAR-PR

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