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É por essas e outras que o Brasil será eternamente o país do futuro?

Por Vitor Hugo Samudio (*) | 07/07/2011 06:04

Alguém tem dúvida de que nossos interesses se restringem aos interesses dos nossos politiqueiros donos de cargos públicos?

Câmara Municipal de Campo Grande (e do Brasil a fora) vai aumentar drasticamente o número de vereadores. Teremos mais vereadores em Campo Grande do que Deputados Estaduais em Mato Grosso do Sul.

Quantas escolas deixarão de ser construídas? Vão faltar quantos leitos nos hospitais? Cultura nem se fala, se com 21 vereadores já é uma ‘piadinha’ com 29 os interesses se distanciarão ainda mais. Só abrindo um parêntese, o que a cultura precisa é de investimento em pessoas e não em obras físicas, mas porque será que se investe em obras para a cultura e não se investe em obras artísticas e mão de obra? Por que será? Empreiteiras? Investir em artista não da pra calcular um tijolinho, um pacote de cimento a mais?

No Brasil inteiro todos dizem que o orçamento das Câmaras será o mesmo. DUVIDO! Pode até ser na hora mostrar as contas para os pobres coitados, mas nos bastidores sempre escorregado uma moedinha de ouro aqui e ali.

Poderíamos cortar pela metade, começando pelo número de vereadores até senadores, se tivéssemos representantes que fiscalizassem, exercessem sua função. E não parlamentares que ficam bajulando o executivo para que seus interesses políticos e até pessoais tenham passe livre.

Vamos começar a colocar na ponta do lápis quanto custa UM Vereador, Deputado Estadual, Federal, Senador... Os caras recebem um salário a típico, direito a trocentos assessores, vale isso, direito daquilo, combustível, correios, passagem, com direito até a propina. Porque todo dia é ‘Propina’s Day’ no Brasil. Mas como os brasileiros mal sabem a língua portuguesa, passa batido no cotidiano e o dinheiro é abatido invisivelmente de nossos bolsos e carteiras.

E se os nossos cargos públicos fossem exercidos de forma voluntaria? Esses camaradas ‘excelentíssimos’ não iam passar perto de câmaras, assembléias ou congresso. Iam viver do que? Do povo trabalhador não viveriam mais. Teriam que viver só da honestidade de seus trabalhos e empregos. Aí quem assumiria esses cargos? Seria aquele ‘João e Maria’ que tem potencial em pensar no coletivo e não trabalha em torno de barganhas. Acredito que melhoraria. O que o Brasil gasta com seus representantes é SURREAL na calculadora, mas é bem REAL quando falta médico, leitos, cultura, segurança, educação...

É por essas e outras que o Brasil será eternamente o país do futuro?

Recentemente tivemos dois casos de mobilização social em Campo Grande que merecem ser citados aqui. O primeiro foi a 'Marcha da Liberdade' onde os nossos influentes políticos, mídia parcial, e outros todos com a velha cultura da mente conservadora, rotularam o movimento. Alias, rotular é uma arma forte que essas pessoas usam sempre para enfraquecer qualquer mobilização social que não seja de seu interesse, e a nossa pobre população se deixa manipular como sempre deixou.

E quais são os interesse deles mesmo? São os nossos interesses?

Outro caso de manifestação mais recente foi no ultimo sábado, a carreata chamada 'Dia do Basta' essa não rotularam de maconheiros ou baderneiros. Porém o numero de participantes foi bem inferior a 'Marcha da Liberdade'.

A culpa é de quem, por tudo isso, e por essa paralisia da sociedade?

A minha resposta enquanto individuo, é... A culpa é nossa! Minha e sua que está lendo isso aqui. Isso aqui não é um artigo é apenas um texto de um sujeito popular que faz parte de um sistema que a dita Pós-Modernidade chama de sociedade fragmentada.

Essa sociedade que carrega a corrupção em seu DNA. Vulgo ‘jeitinho brasileiro’. Que traz uma cultura histórica de explorador e explorado desde o Brasil colônia, onde as riquezas naturais foram retiradas do nosso país, e, nossa nação inteira junto aos escravos africanos tinham sua mão de obra como ferramenta dos coronéis. Hoje nossos políticos ‘politiqueiros’ donos de cargos que seriam ‘publico’. Mas que se tornam cargos com donos com direito a plaquinha e tudo, e no alto da arrogância (maquiada claro) acham que são donos, e invertem os valores onde seus patrões desatentos ‘povo’ passam a ser seus empregados e subordinados.

Será que é por isso que existe aquele velho jargão ‘Meu povo’ porque há muito tempo alguns já sabiam que o povo desorientado tinha dono, como gados?

Assim, continuam o ciclo porque carregam com eles o DNA dos coronéis do Brasil Colônia, basta perceber a perpetuação de gerações de famílias na política brasileira, principalmente no interior do país. É o pai, a mulher, depois o filho, o sobrinho, o primo, o neto. Só faltou o espírito santo, mas o dito ‘espírito santo’ de tão santo, ou já foi recheado sem alma e de ouro e foi para a Europa, ou já morreu, porque aqui no Brasil santo é quem morre. Itamar Franco está experimentando a sua santidade agora.

(*) Vitor Hugo Samudio é ator e diretor de teatro.

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