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Educação: alicerce do futuro

Por Marquinhos Trad (*) | 13/05/2016 10:14

Campo Grande passou, novamente, por mais uma greve de professores. Eles lutam pelo cumprimento da lei 5.411, com a justa intenção de igualar o salário da Reme (Rede Municipal de Ensino) ao piso nacional da categoria. Já são dois anos de espera pelo cumprimento da lei.

A costumeira decisão da Prefeitura Municipal, nos últimos dois anos, de apostar no enfrentamento com a classe ao invés de estabelecer a cultura do diálogo, gerou sempre a mesma consequência nefasta: milhares de alunos fora das salas de aula. Desta vez, foram nove dias de paralização. Nove dias sem aulas. Isso não é aceitável.

A educação é o alicerce para o futuro. Se não for tratada como prioridade, coloca-se em risco as gerações vindouras e o próprio desenvolvimento do município. Afinal, quanto menor o índice educacional de um povo, menos oportunidades ele tem de se desenvolver.

É obrigação do poder público conversar com o funcionalismo, evitar que as demandas naturais que surgem desta relação, desemboquem em crises institucionais como a que temos visto na educação. Para isso, é preciso criar canais de diálogo sadios entre o executivo municipal e as entidades de classe. Uma relação de confronto e soberba, como a que tem sido adotada pela atual gestão municipal, não apenas impossibilita a solução para este impasse como, também, desenvolve um clima de discórdia que prejudica o município, os trabalhadores e, principalmente, nossas crianças.

O PME (Plano Municipal de Ensino) de Campo Grande deve ser o ponto de partida para qualquer estratégia de educação na nossa cidade. E a valorização profissional é uma de suas metas mais importantes.

O PME estabelece, entre outras coisas, a equiparação do rendimento médio dos educadores campo-grandenses aos demais profissionais com escolaridade equivalente, além de preconizar a criação de planos de carreira tomando como referência o piso salarial nacional profissional, definido em lei federal, nos termos do inciso VIII do art. 206 da Constituição Federal.

Ele propõe, também, a garantia de que todos os professores e professoras da educação básica possuam formação específica de nível superior, obtida em curso de licenciatura na área de conhecimento em que atuam. Estabelece, ainda, a meta de formar, em nível de pós-graduação, no mínimo 50% dos professores da educação básica, e garantir a todos estes profissionais formação continuada em sua área de atuação, considerando as necessidades, demandas e contextualizações dos sistemas de ensino.

O cumprimento destas metas, a valorização dos profissionais da educação, são pré-requisitos para a garantia de uma educação de qualidade. A negação destes compromissos e a criação de uma relação de confronto não é a forma mais inteligente de lidar com o tema.

A educação é o principal pilar para a construção de uma sociedade desenvolvida, e o papel do educador neste processo é essencial, pois torna possível a transformação das pessoas e a abertura destas para a socialização e integração em uma comunidade onde todos devem fazer a sua parte para o bem comum. Sem diálogo, sem boa vontade mútua, esta nobre missão está condenada ao fracasso. Não podemos permitir isso.

(*) Marquinhos Trad é deputado estadual

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