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Em nome da paz

Por Laerte Tetila* | 15/12/2011 12:32

Não se pode pretender uma sociedade moderna humana e socialmente avançada prescindindo dos direitos fundamentais da pessoa humana. Os direitos humanos surgiram com a grande missão de repugnar tudo aquilo que se contrapõe e viola a dignidade da pessoa humana, porque o desrespeito aos direitos humanos, ao longo dos tempos, resultaram em atos bárbaros que ultrajaram a consciência da humanidade.

Na verdade, os direitos humanos surgiram na era Hitler, exatamente como resposta às atrocidades cometidas pelo nazismo, cujo saldo foi a morte de milhões de pessoas. E se as duas grandes guerras aconteceram, certamente, foi porque a humanidade ainda não dispunha da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Portanto, a humanidade clamava pelo advento de um mundo a salvo do terror contra as pessoas e contra os povos. Os direitos humanos, fruto da referida declaração, e que surgiu em 1948, vieram com esse objetivo: melhorar as regras de convivência humana. Vieram para nos fazer enxergar o mundo com os olhos dos fracos, dos oprimidos, dos discriminados, dos perseguidos, dos explorados, dos torturados, dos injustiçados.

Mas, como o destino de tudo o que é útil e bom para a humanidade é ser ridicularizado antes de ser reconhecido, os direitos humanos, apesar da nobre missão de proclamar e reivindicar a dignidade da pessoa humana, ainda segue incompreendido por alguns que, infelizmente, ainda não conseguiram romper com as barreiras psicológicas que as façam compreender as razões do sofrimento humano. Negar a importância dos direitos humanos, no nosso entender, é uma atitude no mínimo irresponsável. Para nós, negar os direitos humanos, é negar nada mais, nada menos que o valor da pessoa humana.

É negar o respeito à dignidade humana, tão altíssimamente proclamada na Constituição Brasileira. Para José Saramago, prêmio Nobel de Literatura, “somos seres racionais mas não nos comportamos muito racionalmente; nós, seres humanos, somos os únicos que inventaram a crueldade e, por cima da violência, os seres humanos inventaram a crueldade”. Infelizmente, a sociedade humana ainda preserva certas sequelas da intolerância e da injustiça.

Quem se posta contra os direitos humanos só pode facilitar o trabalho escravo, a violência contra a mulher, a exploração sexual de crianças (pedofilia), o turismo sexual com meninas adolescentes e a homofobia. Penso que a humanidade está vivendo um período de introspecção.

Penso que a maioria dos seres humanos já está sendo capaz de olhar para dentro e analisar os erros, fazendo a mea culpa. Não há como tornar a sociedade efetivamente civilizada, moderna e de vocação pacífica, humanista, sem que se respeite a dignidade da pessoa humana, requerida pelos Direitos Humanos. Não há como negar que os direitos humanos são um direito que todos temos de execrar. Acredito, fervorosamente, que a humanidade está sendo capaz de construir uma nova história. A história sem violação dos direitos fundamentais da pessoa humana. A história da Paz!

(*) Laerte Tetila é geógrafo e deputado estadual (PT).

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