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Enersul, futuro incerto

Por Elvio Marcos Vargas (*) | 04/06/2013 09:12

Foi divulgado recentemente que a Copel (distribuidora de Energia do Paraná) e o Grupo Energisa fizeram uma proposta de 3,2 bilhões de reias para compra de participações societárias em 9 empresas do Grupo Rede Energia, incluindo a Enersul. A proposta foi feita por meio de petição no qual requerem que a oferta seja considerada na assembleia de credores da holding que está agendada para o próximo dia 05/06 (quarta-feira) em São Paulo, dessa forma quebraria o compromisso de exclusividade que o Grupo Rede tem com a CPFL e Equatorial.

Na proposta do consorcio, prevê a compra de 100 por cento da Enersul, dessa forma hoje temos dois consórcios que formalizaram proposta para o controle acionário da Enersul, a CPFL com a Equatorial e agora a Copel juntamente com a Energisa. O Grupo Rede, atual controlador da Enersul e que também controlam distribuidoras de energia elétrica nos estados de Mato Grosso,Tocantins, São Paulo e Paraná, está sobre intervenção federal e tem uma carta protocolada em 2012, pela CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz) com o Grupo Equatorial Energia, com exclusividade na aquisição, por um valor irrisório de 1 Real, assumindo a dívida do Grupo que hoje está em torno de 5,7 bilhões.

A poucos dias tive em São Luis do Maranhão participando de um encontro dos representantes sindicais dos trabalhadores do Grupo Rede, CPFL e Equatorial, hoje controladora da Cemar, concessionária do Maranhão. No encontro pude conhecer a realidade caótica dos trabalhadores e o precário serviço prestado a sociedade pela concessionária local, a Cemar, adquirida pela Equatorial.

O Grupo Equatorial hoje é controlado por banqueiros, que querem o lucro pelo lucro sem nenhum escrúpulo e não tem nenhum compromisso com os trabalhadores e muito menos com a sociedade. Eles adquirem a empresa, depois sugam o quanto pode, terceirizando de forma precárias todas as atividades, fraudam índices, manipulam dados e fazem um marketing em cima da empresa. Hoje a Cemar-MA é “vendida” pelos meios de comunicação do maranhão como uma das melhores empresas do Brasil e a realidade é bem diferente. Dessa forma sou contra a exclusividade, acredito que o leilão torna o processo mais transparente e democrático.

Vale a pena ressaltar que a Enersul não esteve e nem está passando por problemas financeiros, pelo contrário, tem obtido resultados positivos em seu balanço financeiro nos últimos anos. Quem está em situação deficitária é o Grupo Rede, no qual ela pertence que além de estar sobre intervenção federal, a holding está em recuperação judicial.

A crise enfrentada pelo Grupo Rede e essa indefinição de venda da empresa é preocupante, pois além de gerar nos trabalhadores um estado de estresse e ansiedade afetando a saúde e segurança dos mesmos, pode também prejudicar o nosso estado que depende do serviço de fornecimento de energia de qualidade para o seu desenvolvimento.

Temos que ficar atentos e não deixar que aconteça com a Enersul o que aconteceu com a concessionária do Pará que também era do Grupo Rede. A Enersul é nossa, dos trabalhadores e da sociedade sul mato grossense.

(*) Elvio Marcos Vargas é presidente do Sinergia-MS (Sindicato dos Eletricitários de Mato Grosso do Sul.

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