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Estiagem x Horário de verão: soluções para o consumo racional de água

Por Leonardo Lopes (*) | 21/10/2014 09:30

O horário de verão foi criado pelo Governo há alguns anos para diminuir o consumo de energia elétrica no país devido ao maior período do dia sob exposição do sol e à tendência das pessoas utilizarem mais ventiladores e ar-condicionado, o que aumenta o consumo de energia. Porém, a estiagem que atinge diversas regiões do Brasil fará com que a economia de energia, desta vez, seja menor do que ano passado.

Isso deve acontecer porque com os reservatórios das hidrelétricas em baixa, foram acionadas mais usinas termelétricas, fonte de energia mais cara e poluente. Ano passado o Governo calculou uma economia de R$ 405 milhões e a expectativa para este ano é de R$ 278 milhões.

Desta vez o período do horário de verão terá sete dias a mais do que ano passado, começando a partir de sábado, 19 de outubro, e indo até 22 de fevereiro de 2015, após o Carnaval. As hidrelétricas operam em ritmo menor devido à estiagem e por isso as termelétricas passaram a funcionar.

Já enfrentamos falta de água em diversas regiões do país e não podemos mais esperar que os governantes tomem iniciativas para acabar com o problema. Devemos começar por nós mesmos, com atitudes em casa e no trabalho que visem à redução no consumo de água.

Por isso, há 20 anos me dedico a criar soluções eficazes e dar dicas que resultem no uso racional da água, combatendo o desperdício. Os grandes consumidores de água, como empresas, condomínios, prédios administrativos, faculdades, escolas, hospitais, hotéis, shoppings, etc., podem reduzir em até 60% o consumo de água através de pequenas ações em todos os pontos de água do local. Por exemplo, desenvolvi um vaso sanitário em ABS que utiliza apenas 2 litros de água por acionamento, contra 6; 8 e até mais litros dos convencionais vasos de cerâmica.

Em chuveiros é possível reduzir o consumo em 50% através de uma ducha aerada que utiliza 50% de ar e 50% de água na saída sem comprometer a qualidade do banho. Com este sistema, uma ducha convencional que gasta 1 litro de água a cada 5 segundos, utiliza apenas 500ml no mesmo período de tempo. Para as pias de banheiros desenvolvi um mecanismo que libera a água somente após a retirada da mão da válvula, e não quando se aperta, gerando uma economia da ordem de 80% de água.

Medidas como essas são indispensáveis para enfrentarmos a atual estiagem e também com simples hábitos podemos economizar água, como fechar a torneira enquanto escovamos os dentes ou ensaboamos a louça. Procure lavar banheiros e quintais com água reutilizada da lavagem de roupas. A consciência ambiental sempre deve ser nossa prioridade e é essencial zelarmos por nosso planeta para, ao menos, para deixarmos um mundo melhor para as próximas gerações. Ainda há tempo.

Recentemente, numa reunião em Santo André, ouvi do executivo Milton Joseph, da Semasa, empresa responsável pelo saneamento ambiental da cidade, um ensinamento que jamais esquecerei e gostaria que todo idoso como eu o adotasse: “Os idosos que acordam várias vezes à noite para urinar, não deveriam dar descargas. Essa providência, numa visão macro, geraria uma grande economia de água”.

(*) Leonardo Lopes, 75 anos, é fundador da Acquamatic do Brasil, empresa que comanda há 20 anos com o objetivo de preservar o meio ambiente e combater o desperdício de água, criando produtos ecologicamente corretos e soluções inteligentes que trazem uma economia de 20% a 50% no consumo na conta de água.

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