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Excelência

Por Heitor Freire (*) | 11/12/2015 08:56

Na evolução da humanidade, quando o ser humano começou a viver em comunidade, agregando-se, diversas formas de tratamento foram sendo criadas para homenagear e ressaltar a personalidade dos chefes, dos dirigentes.

Ao tempo dos governos por "Direito Divino", os cargos eram considerados sagrados e por isso toda autoridade representava a autoridade divina. Então, o povo comum preferiu de modo mais prático enaltecer uma qualidade nos poderosos que lhe interessava mais de perto, passando a nomeá-los de uma forma diferenciada.

Assim, foram sendo criados nomes que constituem formas corteses de tratamento, expressões de reverência, títulos honoríficos, etc, os chamados pronomes de tratamento, os axiônimos.

Quando se reconhece na pessoa excelsas virtudes e moral elevada, no topo da pirâmide social, é tratada por

Excelência. Substantivo feminino, qualidade do que é excelente, muito superior.

É o tratamento que se confere a pessoas das camadas mais altas da hierarquia social. Grau máximo de bondade, qualidade ou perfeição.

Analisando as definições acima, cheguei à conclusão de que o tratamento de Excelência – em latim “excellentia” –, por uma questão de justiça e de merecimento é a forma mais apropriada para tratarmos esse ser divino, misterioso, mágico, magnífico, fantástico, inexprimível, enigmático, sem o qual a humanidade não existiria: a mulher.

Esse ser de funções múltiplas, geralmente desvalorizada, como naquela anedota recorrente: um homem declarou que sua mulher não trabalhava, que passava o dia todo em casa, e ela respondeu: que é o tempo inteiro mãe, mulher, filha, despertador, cozinheira, empregada doméstica, professora, garçom, babá, enfermeira, motorista, trabalhadora braçal, agente de segurança, conselheira, edredom, trabalha de dia e de noite, de plantão todas as horas, que não tem licença por doença, nem feriados.

A sua rotina começa de manhã cedo e vai até tarde da noite. Ser dona de casa não precisa de certificado de estudo, mas seu papel é fundamental. Seus sacrifícios são incontáveis.

É ainda juíza da vara da infância e da juventude – cujas decisões não estão sujeitas a recurso de nenhuma natureza, nem a conselho tutelar – e com uma pontaria certeira na modalidade de arremesso de chinelo à distância.

É como o sal. Sua presença nunca é lembrada, nem reconhecida, mas sua ausência faz tudo ficar sem sentido.

Eu sou testemunha ocular do valor da mulher. Sou admirador perpétuo e incondicional desse ser. Sou casado há 52 anos e pai de sete filhas. Ao longo do tempo fui observando e agradecendo a Deus por ter a percepção de reconhecer suas qualidades e sua dedicação integral e permanente.

Por tudo isso e “mais do que dos autos consta” ninguém melhor do que ela merece o título de Excelência. Que não retrata a perfeição, mas a busca constante do aperfeiçoamento moral, pessoal e espiritual.

Salve Sua Excelência, a Mulher.

(*) Heitor Freire, corretor de imóveis e advogado

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