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Faculdade pública de medicina não é só para pobres

Por Ruy Sant’Anna (*) | 15/07/2013 12:00

Infelizmente aqui no nosso país, a gente vê muito, pessoas que destacam a condição econômica dos estudantes de qualquer nível e principalmente do superior que esteja cursando escola ou faculdade pública, como se fosse algo inadmissível, ou errado. Até o governo age dessa maneira enviesada ao priorizar as pessoas pela pobreza, pela cor da pele etc., e não privilegia a capacidade e a eficácia das pessoas.

Quando o Brasil vai privilegiar o mérito profissional, o mérito pessoal?

Quem privilegia essas circunstâncias esquece uma das máximas de nossa convivência que é a de que todos pagamos muitíssimos impostos, tanto o próprio estudante quanto seus pais.

Ninguém pode ser culpado, individualmente, pelas desigualdades sociais e muito menos não se pode jogar culpa sobre aqueles que se esforçaram para passar em vestibular de medicina, por exemplo, mesmo em faculdades públicas. A palavra pública quer dizer do povo. Ou vamos discriminar quem é rico, não o admitindo na população?

O mesmo raciocínio serve para a situação médica e a politicagem do governo federal que joga nas costas dos médicos a “culpa” pela ineficiência e caos da saúde pública brasileira.

Esse argumento de Dilma e Padilha é falso, porque não faltam só médicos no interior do Brasil. Faltam também juízes, promotores, defensores públicos, engenheiros, arquitetos, dentistas, psicólogos, enfermeiros e entre estes os técnicos e auxiliares de enfermagem etc.

Nem por isso, os palacianos de Brasília tem o direito de apontar culpados sem descerem de seus “pedestais”. É preciso que sejam feitas análises honestas de cada circunstância que impeça a ida de representantes das profissões assinaladas.

Uma questão matemática deve ser vista pela população brasileira, ela esta na queda dos investimentos do governo federal na saúde pública. Ano a ano Lula e Dilma fizeram despencar as porcentagens de aplicação na saúde do povo.

Agora, na antevéspera das eleições Dilma e Padilha, apavorados com as palavras de ordem do povo, saíram à cata de culpados pelas suas preguiças administrativas e falta de vocação para atender às verdadeiras causas populares, sem demagogia.

Fora a inapetência governamental pelas boas causas, é preciso lembrar-se do tamanho continental do Brasil, e não nos esquecermos dos desvios de verbas que são descobertos e divulgados pela imprensa, sem atingir a ponta da linha de problemas. Os municípios.

O povo não é bobo. Está mais do que na hora de o governo parar com esse jogo mal jogado e com regras que mudam, mais do que troca de meias.

Quando a gente vem a este mundo, não vem com nenhum manual de existência ou de como se dar bem na vida. Mesmo quem tem mais posses do que a maioria da população também tem que ralar para se manter.

O fato de nascer “em berço de ouro” não é garantia de ser feliz, nem próspero. Todos temos que lutar para chegar lá, e nos manter lá. Sério, gente acorda pra vida. Pra que ficar na inveja ou ódio por alguém ter melhor posição que você?

Para com essa coisa de pobre! Por deus, veja se seu “desafeto” é mesmo desafeto ou apenas o incomoda porque ele é rico ou tem melhor ganho financeiro que você.

Veja se ele é competente e se dedica com afinco ao que faz e, sobretudo se o faz bem feito. Afinal, vivemos numa sociedade competitiva até pela natureza de cada pessoa.

É preciso observar que aqueles estudantes no geral e no caso em foco, os de medicina, os chamados, por alguns, como os riquinhos, nenhum deles está na faculdade sem mérito. Aliás, é um dos vestibulares mais difíceis e concorridos. Quem está lá é por mérito pessoal.

Honestamente, alguém quer ser pobre? Fora uma opção filosófica ou religiosa? E mesmo que tenha alguém assim e é feliz, parabéns. Mas deixe os outros também com suas felicidades sadias e crescimento profissional.

Não caia nessa política de segregação profissional, a que o governo quer colocar a classe médica, tão pouco entre na discriminação contra quem tenha mais posse que você.

Lutar pela vida, ter concorrente, não é o mesmo que ter inimigo. Basta saber se safar dos trambolhos do dia a dia. Não os crie.

Não entre nessa de horror, seja ou lute para também ser um vencedor, meu irmão.

Tenhamos uma excelente semana e para início lhes dou bom dia, o meu bom dia pra vocês.

(*) Ruy Sant’Anna é jornalista e advogado.

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