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Fora a política do avestruz, que entre o marketing

Por Ruy Sant’Anna (*) | 18/07/2012 14:53

O agronegócio sul-mato-grossense está capacitado para assumir de vez a sua importância no desenvolvimento regional no centro oeste brasileiro. E isso por certo não impede que se mantenha acessa a luta pela reforma democrática do Estado.

Não se podem discutir reformas atendendo apenas ao interesse da mídia e legislativos federais. O destaque sempre fica nas áreas fiscais, tributárias, previdenciária, política de competências da União, dos estados e municípios e relacionadas aos poderes da República.

Os segmentos da sociedade brasileira representados no Congresso Nacional têm a obrigação de não deixar que se reduzam as reformas democráticas a tão somente esses temas.

Não se deve pensar na agricultura em Marte, se no Mato Grosso do Sul temos problemas necessitando de urgentes soluções. As chamadas políticas de integração nacional.

Políticas que têm por obrigação de dar acréscimo ao que o Governo do Estado tem estruturado, até com o zoneamento de sua agricultura, que visa beneficiar as mulheres e os homens do agronegócio sul-mato-grossense. Não há como negar.

A política econômica brasileira esta esgotada, a partir da sua não abrangência ao apresentar soluções. Estas nunca têm alcance e profundidade necessária ao atacar os problemas de forma global e duradora, para pelo menos 20 anos.

As ditas soluções federais, na maioria das vezes, são apenas paliativas. Promessas de futuro longínquo.

Na realidade, Mato Grosso do Sul vive situação impar em seu desenvolvimento e precisa ter sustentação. Não apenas como a criação do Prodoeste, que ainda não disse a que veio, efetivamente.

O que temos acompanhado é que o Mercosul tem se firmado. È verdade que cada País tem agido pelo seu lado.

Também é interessante observar que estados sulistas e até nordestinos têm acentuado comercio com o Mercosul.

Dessa maneira o que pode ocorrer é a errada interpretação de que o mercado sul-mato-grossense, em formação, nada tem a ver com o Mercosul. E sobretudo ele está aí nas nossas vistas.

Nesse particular Mato Grosso do Sul não pode correr risco no comprometimento de seu futuro e integridade nacional.

Assim, volto ao arroz com feijão. Veja: o que pode ser visto como sem importância é exatamente o que acontece na macroeconomia nacional. O que parece sem importância como a economia regional é de vital importância nacional.

Por isso, a realidade comercial regional como a que interfere na vida sul-mato-grossense tem de ser levada a sério. O marketing deve tomar lugar do avestruz e do moinho de vento.

O problema da falta de valorizar nosso arroz com feijão é real. Ou alguém se esqueceu do que foi feito com a Castanha do Pará que foi levada para o exterior, cultivada e patenteada como se não fosse paraense... O que gerou problemas econômicos, diplomáticos e de registro.

O que ocorreu com a castanha do Pará, já aconteceu com outros produtos da biodiversidade amazônica. Assim foram com o cacau, a seringueira, plantas medicinais como o Pau Rosa, a Copaíba, Andiroba e agora o Açaí, o Cupuaçu e outras, até com madeiras.

Diante disso, não adianta tentar se ignorar o problema da importância do arroz com feijão na nossa economia nacional, e sul-mato-grossense, pra nós.

O arroz, isoladamente, está até bem. Mas o feijão precisa de mais ajuda na produção e produtividade. E que se consolidem como prato: arroz com feijão em suas variadas maneiras de preparo e apresentação, sem se esquecer de suas propriedades nutritivas.

É inadmissível a política de avestruz, ignorando-se a questão presente. Nem ainda criar-se uma luta contra moinhos de vento, querendo negar a realidade que nos põe a interrogação. Por que não se age concretamente nessa solução?

Ciente do consumo ainda considerável do arroz com feijão, mesmo correndo risco de desprestígio diante dos fast food e outros que tais da vida, dou bom dia, o meu bom dia pra vocês que acreditam nas soluções possíveis.

(*) Ruy Sant’Anna é advogado e jornalista.

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