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Gente que parte

Por Heitor Freire (*) | 01/06/2015 13:11

A nossa vida é feita de muitos momentos: de alegria, de tristeza, de felicidade, de prosperidade, bons e maus acontecimentos; enfim, é mesmo multifacetada. Assim há também momentos de chegada e momentos de partida.

A morte faz parte integrante da vida. Não é boa nem é ruim. Faz parte. Mas mesmo entendendo que é assim, ela causa um sentimento de perda, de saudade, de frustração, de arrependimento.
Hoje com um sentimento muito grande de perda, recebemos a notícia do falecimento do empresário Jorge Elias Zahran.
O Jorge era um dos grandes empreendedores da nossa cidade. Autor de obras que imortalizaram seu nome pela perenidade. Quarto filho de Elias e Laila Zahran, irmão do Eduardo, do Ueze, do Nagib, do João e da Jeannette – figuras que são referência em nosso estado.

A família Zahran é constituída de pessoas especiais. Aí está o Ueze que com muita competência soube consolidar a semente plantada por ele e pelo Eduardo, e continua. Hoje com 90 anos permanece no comando das empresas do Grupo Zahran. Para a consolidação do Grupo contou com a valiosa união e apoio de todos os seus irmãos, constituído hoje pela Copagaz, TV Morena, TV Cidade Branca (Corumbá), TV Centro América (Cuiabá, Rondonópolis, Alta Floresta), TV Ponta Porã e Fundação Ueze Zahran.

E o Jorge, como membro típico desse clã, abriu um caminho próprio dentro das entidades de classe do setor da indústria. Fundador da Federação das Indústrias em nosso estado, foi seu primeiro presidente, exercendo diversos mandatos, e conseguiu deixar um legado que merece o respeito de toda a nossa população.

Campo Grande é uma cidade construída por gigantes. Gigantes na política, na sociedade, no comércio, na indústria, enfim, em todos os setores de atividades. Um dos maiores gigantes, sem dúvida nenhuma, é Jorge Elias Zahran - pela sua competência, humanismo e visão empresarial. Este homem construiu um conjunto de obras que não se esgotam unicamente na sua medida em metros quadrados, mas valem principalmente pelo seu conteúdo social e alcance de utilidade, no tempo e no espaço.

Jorge construiu a sede própria da Federação, a sede própria do Sebrae (em Campo Grande, Dourados e Três Lagoas) –, de cujo conselho deliberativo foi presidente durante oito anos, o Centro de Convenções e Exposições Albano Franco e todo o complexo do Sesi numa área com 40 hectares, constando do Clube do Trabalhador, ginásio de esportes, piscina, restaurante e escola de 1º grau que leva o nome de sua mulher, Maria José Castello Zahran.

Vale lembrar que ele também incrementou o Senai. Adquiriu ainda a área para construção da colônia de férias em Bonito e em Campo Grande, está com uma área urbana de 20 mil quadrados na avenida Ricardo Brandão, ao lado da Uniderp.

O Jorge foi secretário de indústria e comércio no último governo Pedrossian, em que eu era titular da comunicação social. Na ocasião, tivemos oportunidade de estreitar nossos laços que já vinham desde a fundação do Sindicato dos Corretores de Imóveis, em 1980. Embora não tenha exercido diretamente a atividade profissional de corretor de imóveis, Jorge é credenciado e sempre esteve ativo e participante em todos os movimentos do Sindicato, votando em todas as eleições. Foi juntamente comigo fundador da Câmara de Valores Imobiliários em 1983. Sempre tive o privilégio de contar com o seu voto, nas diversas eleições que ocorreram desde a fundação do Sindicato.

Ele sempre se caracterizou pela liberdade que concedia aos seus executivos: confiava e acompanhava o desempenho de cada um. A sua trajetória vitoriosa sempre encontrou em seus assessores um apoio que se consolidava pelo respeito mútuo. Era um empresário humano, empreendedor, sempre lembrado pelos seus ex-funcionários pela forma carinhosa e até amorosa com que tratava a todos.

O Jorge era um praticante natural da lei da doação, que é uma das sete leis espirituais do sucesso, apresentadas por Deepak Chopra, em seu livro com esse título. Ele sempre influenciou as pessoas que com ele trabalhavam praticando essa lei: “A intenção por trás dos atos de dar e receber é o elemento mais relevante”. “A abundância tem expressão material, mas o que realmente está em circulação é a consciência”. E nesse quesito o Jorge era um mestre.

Enfim, um gigante que deixa a seus familiares, amigos e à sociedade em geral, um legado que perpetuará o seu nome.

(*) Heitor Freire, corretor de imóveis e advogado.

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