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Hora de pensar em 2014

Por Marcos Morita (*) | 11/01/2011 09:04

Apesar da pasmaceira dos primeiros dias do ano nas empresas e repartições públicas, o clima promete ser quente em Brasília desde já. O fato é que há muito trabalho a ser feito nos próximos quatro anos. Além do PAC social - vitrine dos primeiros dias de governo - obras deverão ser conduzidas em ritmo frenético nas doze cidades sede da Copa.

Estádios, aeroportos, rodovias, expansões das linhas de Metrô e hotéis são obras de ciclo longo e gerenciamento complexo, com prazos mínimos que devem ser respeitados. Creio que todos já tenham acompanhado ou sofrido na pele obras como túneis, corredores de ônibus ou construções de prédios. Trânsito, barulho, sofrimento e demora, muita demora.

Projetos desta envergadura são compostos obrigatoriamente por três etapas: definição, planejamento e implantação.

A primeira fase consiste em definir o escopo do trabalho, ou seja, o que será realizado, estimar os recursos - dinheiro, materiais e mão-de-obra - assim como o tempo necessário para seu término. É nesta fase ainda que os times que comporão o projeto são definidos, assim como a lista de atividades e o plano de recursos necessários. Uma vez validada, é hora de partir para o segundo estágio.

O planejamento é a etapa na qual os recursos serão alocados, eventuais problemas e oportunidades avaliadas e cronogramas montados. Como em qualquer projeto, intempéries, greves, licenças, escassez de material e pessoal costumam ocorrer, atrasando os prazos previamente estabelecidos.

Enfim é hora de preparar a massa - misturando areia, cimento, pedra e água na etapa de implantação. Assentados os primeiros tijolos, inicia-se a fase de acompanhamento, verificando se o realizado está de acordo com o planejado e sugerindo modificações, caso necessário.

A tríade escopo, recursos e tempo estão presentes em qualquer tipo de construção. Muitas vezes, atrasamos a obra ou construímos apenas parte do projeto, já que a falta de recursos é o item mais recorrente. Já as obras da Copa não poderão ser entregues parcialmente, nem tampouco após o apito inicial.

A opção neste caso estará no aumento dos recursos públicos, através de compras emergenciais sem licitações e até superfaturamentos. A nós, torcedores, resta apenas cruzar os dedos para que as manchetes da época não estejam recheadas de escândalos sobre corrupção e desvios de dinheiro. Coisa que poderia ser facilmente evitada se todas essas etapas fossem cumpridas à risca.

(*) Marcos Morita é mestre em Administração de Empresas e professor da Universidade Mackenzie e especialista em estratégias empresariais.

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