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Índios e animais preservam as florestas

Por Jeovah de Moura Nunes* | 11/01/2012 13:30

É direito de cada um de nós professarmos a fé religiosa que nos aprouver. Isto é bom porque talha para cada um o seu destino, livre das imposições religiosas do passado. Mas, acabamos por indagar dos direitos de cada um para as religiões ou seitas que levam ao fanatismo. É legal juridicamente ser fanático? Ou a lei apenas reprime as conseqüências? Se conhecermos as conseqüências funestas do fanatismo religioso, por que não criamos leis que possam prevenir, orientando e advertindo as pessoas? Como descobrir um fanático?

Mas, a verdade é que o planeta tem cumprido o seu papel de morada das almas em reajustes. Assim como nossa casa, o planeta foi arquitetado e decorado para nós. Obra maravilhosa do Divino Engenheiro. Só que o avanço do progresso sem planejamento e avaliação do mal que se pode causar ao meio ambiente, está levando a morada a se transformar numa imensa lixeira. Cabe a todos nós a responsabilidade de melhorar esta casa, ainda tão bonita, tão esverdeada, tão azulada. É uma preocupação própria de quem muita deve à Justiça Divina, o fim deste mundo. Imaginam ser este final a destruição total do planeta, ou a morte de todos em cataclismos gigantescos. Cada um dentro de sua seita ou religião cria a imagem de um final irrevogável. Mas, não é bem assim. Isto porque felizmente ninguém que viva no planeta, mesmo os animais, todos nós não somos carne: somos espírito. O que ocorre é que para viver num planeta como a Terra – nós espíritos - temos de ocupar um corpo de carne que sirva muito bem ao espírito, e isto já ocorre há milhões de anos.

Estamos realmente em final de ciclo. Contudo, nenhum espírito que pise a crosta do planeta e imediações, conhece o tempo certo para este final. Nem mesmo sabe se haverá final. O fato apenas de não existir a morte dá a certeza de não existir final. Pode haver o final de um ciclo evolutivo, para o início de outro. Isto se vê diariamente no comportamento da natureza. Às vezes nem se nota a mudança. Quando Jesus nasceu na Terra encerrou-se um ciclo e deu-se início a outro. Uma coisa é certa o Pai não destrói a sua obra e muito menos o seu filho. O desejo Dele é que o filho querido progrida, melhore, evolua para usufruir o que muitos já usufruem: a vida na sua forma eterna e universal. Para chegar a esta insigne posição, aos pés de Jesus, por exemplo, o homem atual terá milênios de aprendizado. Pouco a pouco, entre as alternativas de vida e morte, renascimento no corpo e retorno à atividade espiritual, vai plasmando em si mesmo as qualidades sublimes, indispensáveis à ascensão e que, no fundo constituem as virtudes do Cristo progressivas em cada um de nós.

Outra questão é a devastação das florestas em todo o planeta e principalmente a floresta amazônica que chegou ao nível de um fanático sincretismo filosófico pela posse de novas terras, sendo os mais interessados nessa devastação os produtores de soja, somadas às outras correntes interesseiras. Esses indivíduos além de serem os mais favorecidos pelos empréstimos e investimentos dos bancos estatais, são também considerados pela mídia como os modernos bandeirantes, que não carregam bandeira nenhuma a não ser os grandes empréstimos bancários. A soja, que pode ser chamada de o “ouro verde” da atualidade, a exemplo do café enriquece meia dúzia de gatos pingados, mas não mata a fome da maioria. Vai esse produto matar a fome das vacas e dos porcos na Europa e em países da Ásia, sendo também os seres humanos daqueles continentes bons consumidores desse produto brasileiro, em face das ricas proteínas vitaminadas, em contraste totalmente absurdo com a expansão da fome e da miséria em todos os lugares do Brasil. Isto pelo simples fato do brasileiro detestar a soja como alimento. Triste sina a nossa! Morre-se de fome por falta de alimento, quando produzimos milhões de toneladas do produto mais satisfatório de todos os tempos, quando se trata de proteínas, capazes de se transformarem em óleo, leite, carne e uma lista enorme de pratos saborosos e bem aceito pelo organismo humano, sem problemas de colesterol, além do baixo custo em relação aos outros alimentos. Mas, nós brasileiros sem posses ainda damos preferência ao feijão gaseificado, contendo altas doses de ferro bem como o excesso de carne a entupir os condutos ao redor do coração com sebos e gorduras.

No entanto, o assunto principal desta matéria é a devastação da floresta amazônica, que atingiu o absurdo de uma área do tamanho do Estado do Alagoas por ano. Ou para uma idéia melhor uma área do tamanho da cidade de Jaú ou de Picos por dia. Quando se fala em “devastação” imaginamos apenas a destruição do verde. Esquecemos dos animais. Cada árvore é uma espécie de mansão para centenas e até milhares de grandes e pequenos animais. Desde os mamíferos até as mais variadas espécies de insetos, sem esquecer da infinidade de pássaros, dos ninhos repletos de filhotes, dos alimentos que a árvore fornece aos seus moradores e outras tantas oportunidades de sobrevivência dos animais. A árvore já possui o aspecto visual de um aconchego, de uma grande protetora, que acolhe quem quer que seja no intuito de sobreviver. Ela já acolheu nossos ancestrais no passado. Em troca, hoje estamos a destruí-las.

Ao derrubar uma árvore o homem como sempre ignorante dos efeitos e das causas naturais, não percebe, nem deseja perceber, a quantidade de animais que estarão condenados a morrer. Espécies são colocadas por atacado no limite da extinção. É um verdadeiro holocausto, que nós, brasileiros, deveremos obrigatoriamente prestar contas, senão ao Criador de todas as coisas, o será à própria natureza, através das conseqüências funestas que o equilíbrio natural das coisas é forçado a realizar. Isto é simples e inexorável: a natureza tende sempre e eternamente ao equilíbrio. É neste equilíbrio que o homem padecerá de seus males praticados em favor do desequilíbrio. Se eles, os pássaros, pudessem falar protestariam em massa, xingando a todos nós, os humanos inconseqüentes sem cérebro e sem coração.

Este é o atual homem brasileiro inimigo de sua própria fauna e das florestas que existiam neste que foi um maravilhoso país e hoje está descambando para ser um lugar de desertos arenosos. O brasileiro pouco sabe, mas o solo da Amazônia é apenas areia em razão da quantidade enorme de rios, riachos e praias, tanto que o amazonense não consegue formar uma grande plantação e vive mais pelo alimento de peixes dos inúmeros rios grandes e dos pequenos riachos. A não ser os lugares onde a floresta domina tudo, porém são nestes lugares onde vivem os índios ainda em estágio selvagem. Estes, ao contrário do homem branco, preservam com grande devoção as florestas, mostrando um amor muito grande pela natureza, agindo ao contrário do homem branco, que somos nós, e que detestamos, ou abominamos e destruímos as maravilhas das florestas.

Este pecado terrível de destruição de seres vivos, (tanto os animais quanto às árvores), será debitado na consciência humana dos que tem consciência e lá no inferno será julgado como se fosse um animal inflamável e provavelmente o fogo do inferno o queimará por muito tempo assim como ocorre com as vítimas – inocentes animais – diariamente nas florestas brasileiras.

Que Deus não tenha pena de nós, mas sim dos inocentes animais!

(*) Jeovah de Moura Nunes é escritor e jornalista

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