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Inflação do passado e os supermercados

Por Ruy Sant’Anna (*) | 18/01/2013 14:20

A inflação está aí e parte dela é responsabilidade dos supermercados, porque na ponta da produção o agricultor, pecuarista e industrial não estão ganhando. Pelo contrário, são pressionados pelo poder de compra de grandes atacadistas ou contidos pelos importadores que inventam o jogo bruto de bloqueios por qualquer motivo. Assim quem está arreganhando com isso são as redes supermercadistas.

E essa rede pela sua presença massificada na vida das pessoas é como uma caixa de ressonância da economia, para a sociedade.

O fato é que está comum assistirmos moças e rapazes remarcando preços, assim na cara dura e diariamente. Na frente dos clientes, como se isso fosse um ato mais normal. E não é ético.

É claro que essas atitudes estão mascaradas pelas “promoções” do tipo leve três e pague dois (situação já anotada por consumidores e pelo PROCON como se fosse uma pegadinha de mau gosto).

Lembro às amigas e amigos sul-mato-grossenses e brasileiros que sempre é útil ter na memória os galopantes dias de inflação da era Sarney, na presidência da República, e o povo brasileiro sofrendo uma terrível inflação de mais de 300% ao mês. Tinha gente que comprava geladeira num dia e vendia no outro, ganhando algum...

A angústia da inflação destruiu muitos lares e vidas. E certamente ninguém quer essa desgraça novamente aqui no País. Certo? Mas a continuar essas atitudes, elas tornam-se um hábito e daí para ficar incontrolável e galopante, é como ultrapassar um risco no chão.

É facultado aos supermercados remarcarem à vontade, enquanto o povo está impedido de agir legalmente. A não ser pela pressão e poder de escolha do menos caro, mesmo. A articulação é necessária.

Merece destaque e nítida observação o fato: os produtos expostos nas gôndolas já têm preço definido e com essa história de “promoção” os da “maquininha” agem celerepemente, e claro que nada mais fazem do que cumprir ordens. Também se descumprirem a ordem de remarcação serão demitidos. Essa é a lei da selva de pedra.

As mercadorias expostas não pertencem mais ao estoque do comércio. Pois, a partir das gôndolas ou mostruários, estão à venda com preços definitivos e à disposição dos clientes. Lá estão fixados os preços de compra e venda. O que deveria ser calculado para lucro, já foi feito. Caramba...

A selvageria remarcatória é de encher o “sapato”. E o que se pede é que essas redes supermercadistas tenham o mínimo de respeito. Façam as remarcações na calada da noite, com os estabelecimentos fechados, assim pelo menos os funcionários devem receber a compensação pela hora extra.

Antes de encerrar me deixa fazer uma pergunta ampla: O IMPORTANTE É O PREÇO, A MARCA, A QUALIDADE DO PRODUTO, O NOME DO SUPERMERCADO, OU SEU HÁBITO DE IR A DETERMINADO ESTABELECIMENTO? E O DINHEIRO QUE TEM NO BOLSO NÃO CONTA?

Acredito que as redes sociais de comunicação devam surtir bom resultado, se decidirem agir como fizeram no caso do aumento abusivo dos preços dos combustíveis. Esta é a minha parte. Só tenho o Facebook. E assim meus caros: confiante no poder de persuasão de mais reclamações sobre esse tema, com o devido respeito dos supermercados a nós clientes, desejo-lhes um bom dia, um bom dia pra vocês.

(*) Ruy Sant’Anna é jornalista e advogado

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