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Iniciando meu empreendimento mais sustentável

Por Marcus Nakagawa (*) | 15/02/2016 10:19

Neste momento específico que o país vem vivenciando uma crise na economia, no mercado e na política é realmente difícil manter a estabilidade financeira e emocional. Ao vermos jornais, revistas e telejornais, percebemos o quanto a situação atual é dramática.

Porém, muitos empreendedores, nesta época, entendem que na crise que nascem as grandes ideias e as soluções que nunca antes foram pensadas, pois quando o ser humano passa por alguma dificuldade, ele é obrigado a superar ou sucumbirá. Basta consultar a história... de onde veio o leite em pó, a transfusão de sangue, as máquinas mais modernas que salvam vidas nos hospitais, etc.

As empresas master franqueadoras estão vendo as suas vendas aumentarem. Muitas pessoas estão pegando o dinheiro de sua rescisão e investindo em um tão sonhado negócio próprio; colegas consultores estão desenvolvendo planos de negócios para muitos pequenos empreendedores que estão cansados de esperar se recolocar no mercado. Já alguns profissionais, mais seniores, estão aproveitando o momento para se pseudo-aposentar e desenvolver algum projeto engavetado há muito tempo, como um projeto social ou um negócio de impacto social.

Ao longo das minhas aulas, já escutei dois ou três alunos de graduação que estão “incubando” projetos que desenvolveram no ensino médio ou no ensino técnico juntamente com os seus pais sócios que acreditam nestes negócios. Dois destes, inclusive, tinham totalmente a ver com as questões de negócios de impacto social e ambiental.

Tudo parece muito fácil, porém, na vida real, e na visão de quem já é empreendedor há algum tempo, é necessário muita cautela. É preciso ter um bom plano de negócios, bons financiadores, conhecer bem o mercado, o seu produto ou serviço e, mais que tudo, fazer brilhar os seus olhos para aquilo que você está fazendo, obviamente, sem que isso te deixe cego ou no mundo da lua, pois negócio é negócio, tem que ter retorno.

Para ajudar ainda mais, existem muitas incubadoras ligadas às universidades de todos os tamanhos e classes sociais. Não posso deixar de falar da incubadora da ESPM, em São Paulo e em Porto Alegre, que tem colocado vários negócios na rua. Na capital paulista são mais de 50 empresas funcionando graças às orientações e apoio aos empreendedores, feitos por profissionais professores.

No Rio de Janeiro, tive a experiência, em um momento de pré-aceleração do programa Startup Nave, da Estácio, no qual as várias ideias passaram por treinamentos, modelagem de negócios e apresentações. Algumas destas com total ligação aos temas de sustentabilidade e economia colaborativa.

Uma das empresas aceleradas é o app Bus Online, que ajuda na mobilidade urbana informando, rápida e precisamente, em quanto tempo o ônibus está chegando no ponto, além de mostrar os itinerários e melhores linhas para chegar ao local desejado. Com muita empolgação os empreendedores mostraram no seu pitching como resolver um problema que pode tirar carros das ruas e melhorar a qualidade de vida das pessoas.

Outro, já ligado à saúde, era o Risk Life, um game para profissionais da saúde visando desenvolver a tomada de decisão e o conhecimento no Sistema Manchester, implantado pelo Ministério da Saúde. É exatamente para saber se o paciente que chega é urgente, urgentíssimo, ou não.

Uma outra ideia, ligada á economia coletiva, é um site de assinatura de sapatos por locação, para aquelas mulheres que querem compartilhar os seus inúmeros pares e ainda receber um dinheiro por isso oferecendo a oportunidade de outras mulheres utilizarem por um período. Este é o Sociedade do Sapato, uma nova forma de fazer negócio sem necessariamente ter que comprar.

E por último um site para aqueles que perdem suas coisas, o TáDevolvido, um serviço que conecta as pessoas que perderam documentos com eventos que guardam estes documentos perdidos, fazendo a devolução.

Na área específica de negócios sociais existe o Yunus Negócios Sociais Brasil, que acelera iniciativas que buscam fazer mudanças na sociedade. Outra aceleradora para os negócios de impacto social é a Artemísia, que já orientou mais de 50 organizações nos últimos três anos.

Desenvolver o seu negócio com apoio e orientação pode ser uma forma de ter mais chance de sobrevida. Porém, tudo isso dependerá do seu empenho, dedicação e muitas horas de trabalho para conseguir transformar este sonho em realidade. Prepare-se para ser um empreendedor mais sustentável!

(*) Marcus Nakagawa é sócio-diretor da iSetor, professor da ESPM, idealizador e presidente do conselho deliberativo da Abraps (Associação Brasileira dos Profissionais de Sustentabilidade) e palestrante sobre sustentabilidade, empreendedorismo e estilo de vida.

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