ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  25    CAMPO GRANDE 32º

Artigos

Internet deve influenciar campanhas políticas

Por Estevão Rizzo (*) | 10/03/2014 13:29

Conforme dados do Nielsen Ibope de dezembro de 2013, cerca de 108 milhões de pessoas acessam a internet no Brasil, por diferentes meios. Deste total, 58,2 milhões acessam em casa ou no trabalho; e deste número, 45 milhões estão nas redes sociais.

É fato, a população tem buscado cada vez mais informações pela internet, compartilhado ideias e debatido questões importantes para os rumos do país, haja vista as manifestações populares que sacudiram o Brasil em 2013, articuladas pelas redes sociais. Diante dos dados e do comportamento da população, o marketing digital, sem dúvida, deve ser destaque no planejamento de campanha dos candidatos a eleição em 2014. O desafio está em saber aproveitar as oportunidades que as novas mídias oferecem.

Para o estrategista de comunicação digital, referência em projetos digitais no país, Marcelo Vitorino, a internet pode ser um elemento chave na mobilização de uma campanha política, levando os militantes a completarem tarefas com mais qualidade e eficácia. “Também pode levar ao eleitor informações que a televisão não mostra por ter o tempo de exibição restrito. Candidaturas legislativas são as que mais têm a ganhar nesse caso (...). O problema é que há pouca gente qualificada tecnicamente para utilizar ferramentas da forma mais produtiva e poucos candidatos tem visão para investir no online (...). Com uma boa equipe, boas plataformas e uma estratégia bem feita, a internet pode influenciar uma eleição”, completa.

Um estudo realizado pelo IBGE em 2011 e divulgado em 2013, mostra que Mato Grosso do Sul é um dos estados que mais possui telefone móvel celular no Brasil. Em relação ao número de acessos a internet, o estado segue como a segunda região do país. Uma parcela considerável da população sul-mato-grossense está conectada na internet, tanto pelo computador quanto pelos smartphones.

“A parcela de pessoas que tem a internet como uma das principais fontes de informação do seu dia a dia já passou da metade da população. Em Mato Grosso do Sul a tendência não é diferente”, diz Estevão Rizzo, especialista em marketing digital da 80 20 Marketeria Digital.

De acordo com Estevão, para o candidato se inserir nas ferramentas onlines, o primeiro passo é definir de forma clara sua marca pessoal e as bandeiras que ele irá levantar durante a campanha. Com estas definições, o segundo passo é identificar em que local do ambiente digital está o público que compartilha dos mesmos ideais do candidato. Depois, é o momento de estudar a melhor forma de transmitir a mensagem para essas pessoas. Cumpridas essas missões começa-se o trabalho de posicionamento online.

Diferente das mídias tradicionais, a internet é uma forma de comunicação de duas vias, na qual os internautas têm a oportunidade de se pronunciar em tempo real. Por isso, segundo Estevão, o candidato tem que produzir conteúdo constantemente, com velocidade e, estar pronto para interagir diariamente com seus eleitores.

“É preciso criar conteúdo específico para a internet e não apenas “adequar” o conteúdo de outras mídias. Outra dica é preparar-se para lidar com comentários, tanto de eleitores quanto de detratores; apagar ou inibir este tipo de ação faz ressoar a imagem de um candidato que não está interessado no que seu eleitorado tem a dizer e, que está despreparado (ou tem medo) de responder às indagações feitas”, orienta Estevão.

O estudante de Direito, Douglas Queiroz, de 24 anos, é um dos internautas que utilizará as ferramentas onlines, principalmente as redes sociais, para buscar informações sobre os candidatos e definir seu voto. “Acompanho principalmente os candidatos com os quais mais simpatizo, porque quero ter mais informações sobre eles; quem são, que ações já fizeram e quais são os projetos que irão desenvolver caso sejam eleitos”.

Para o jovem, que costuma ficar de 6h a 10 horas por dia conectado tanto pelo computador quanto pelo celular, é muito mais fácil acompanhar os candidatos pela internet do que por outros meios. Além disso, pelas redes sociais ele acredita que consegue ficar mais próximo do candidato, acompanhando o seu dia a dia.

“O foco do uso na web deve ser a produção e disseminação do conteúdo, com a finalidade de mobilizar pessoas para o dia da votação”, finaliza o estrategista Marcelo.

(*) Estevão Rizzo é biólogo e especialista em marketing digital.

Nos siga no Google Notícias