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Logística, óleo diesel e pedágio

Por Ruy Sant’Anna (*) | 23/07/2012 10:30

O governo central não acompanha a evolução, e não faz por merecer o esforço da produção agropecuária e industrial no plano da logística voltado para o comércio interno e muito menos para o internacional.

Se a classe produtora e o povo bobear de carreirinha podem surgir algum novo imposto (impostor) ou taxa (taxinha) para azucrinar a vida de todo mundo.

Faz parte da “cultura” governista federal. Esta é trabalhada de variada forma, pois não interessa a quem esta no poder, ficar com a marca de desagregadora ou criadora de problemas. Então tenta levar essa política danosa para os estados e municípios através da indução ao erro tentando diluir responsabilidades, apostando na “fraca memória” do povo. Depois de um tempo acham que ficaria a indagação: quem foi o desastroso que inventou tal problema, o qual nos foi anunciado como solução?

O que esquece ou não quer saber o governo federal é que a globalização veio e não vai acabar pelo menos tão cedo.

Por isso, antes de infernizar a vida interna do País os áulicos palacianos têm de se ocupar com a logística e apoio aos portos, ferrovias, aeroportos e rodovias. Não só isso, mas cobrar de cada um e todos esses setores a eventual correspondência para cumprir com sua obrigação.

O Brasil precisa adequar-se aos exemplos internacionais de eficiência, eficácia e produtividade. Se não agir assim, o País estará fora da realidade. Com sérios prejuízos aos produtores de riqueza.

Essa situação é extremamente abrangente. Interessa a nós todos. Até quem se julga acima do bem e do mal, por não ter vínculo com o agronegócio, indústria ou qualquer outra forma que dependa diretamente das vias de transporte, armazenamento etc.

Do recém-nascido ao idoso todos temos dívidas com o governo, através dos impostos e taxas.

A realidade negativa está à disposição de quem quiser saber.

O Brasil está em 129º lugar no ranking do Banco Mundial na classificação de logística e apoio ao transporte de riquezas. Está pior que a Colômbia, Chile, Argentina e o Paraguai. Veja que muitas vezes pegamos nossos compatriotas com sorriso, no canto da boca, criticando possível atraso desses países. Principalmente quando temos nossa presidente anunciando, com ampla cobertura da imprensa, uma e mais ajudas financeiras a países dessa mesma relação.

Esquecem nossos irmãos que se a governante faz tais cortesias, com o chapéu do povo, é porque o País está podre de rico enquanto mesmo com os planos de “ajuda” à população mais carente a Nação continua com miséria.

E os países ajudados estão à nossa frente no ranking da logística e apoio aos transportes pelos portos, ferrovias, aeroportos e rodovias... Os melhores nesse ranking são Cingapura, Hong Kong, Nova Zelândia e EUA.

Pra se ter noção da gravidade e descaso governamental, basta sabermos que de 2002 a 2005 o volume total exportado praticamente dobrou, não acompanhado pelo desenvolvimento da infraestrutura necessária para sustentar este crescimento (Panorama Logístico: Exportação-Cel/COPPEAD).

Graças a Deus, as produções e produtividades crescem ano a ano no Brasil e em todos os ramos da economia.

Mesmo nesse compasso de crescimento o governo sempre aparece com soluções mediáticas. Remendos.

“Pequeno”/grande exemplo: aumento do preço do óleo diesel.

O governo central só vê a árvore. Não olha para a floresta onde estão os caminhoneiros com seus imensos e infindos problemas: família com problemas para subsistência; sua má alimentação; horas de sono perdidas e “compensadas” pelos rebites da vida; estradas mal conservadas, com suas desastrosas e caras consequências; longas distâncias entre postos de combustíveis; insegurança; e o sempre complicador e caro pedágio.

A área do pedágio, onde existe, cria infinitas turbulências para quem faz uso deles. Só não ocorre para as concessionárias que previamente assessoradas, só agem dentro dos contratos.

Tudo isso está acontecendo com o preço do frete sem reajuste, de há muito. Mas, com o sacrificado suporte dos caminhoneiros e transportadoras que ou amargam prejuízos acumulativos, ou inventam saídas mais sacrificantes para toda a classe.

Depois, se houverem greves vão querer crucificá-los. E até é fácil pregar rótulos. Principalmente quando não é gente da gente e não lhes conhecemos, de perto, suas angústias e sofrimentos.

Enfim, vamos aguardar o comportamento do governo federal na solução ou encaminhamento dessas questões, enquanto registro minha solidariedade aos caminhoneiros e empresas de transporte, e lhes dou bom dia, bom dia pra vocês.

(*) Ruy Sant’Anna é advogado e jornalista.

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