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Manoel de Barros existe?

(*) Por Heitor Freire | 25/04/2012 06:45

Existe sim e existirá sempre, perpetuado no tempo e no espaço, por sua obra que não encontra similar em toda a literatura: pela profundidade, pela abrangência, pela simplicidade, criatividade e pela força da inteligência e do saber profundo.

O músico Márcio de Camillo baseando-se na obra de Manoel de Barros – o mais aclamado poeta brasileiro vivo contemporâneo – concebeu o espetáculo CRIANCEIRAS inspirado nas “iluminuras” da artista plástica Marta Barros, filha do poeta. Suas “iluminuras” transmitem a atmosfera lúdica da poesia de Manoel de Barros, um trabalho muito próximo ao que ele faz com palavras, sem, no entanto, permitir que a ilustração se transforme em legenda para o texto. No ano passado, Márcio já havia lançado o CD de mesmo nome, que agora dá origem ao espetáculo.

A direção é de Luiz André Cherubini, fundador do Grupo Sobrevento de Teatro de Animação de São Paulo. O espetáculo amalgama teatro e cinema de animação, música, tecnologia digital e literatura, fazendo-se ponte da obra poética para a infância. Um espetáculo cênico musical inspirado na obra do poeta, com poesia, música, imagem, ação e movimento.

A cena é construída a partir da brincadeira dos intérpretes com a palavra do poeta musicada em interação com imagens físicas e projetadas que, delicadamente, no desenrolar das intrigas caçam jeitos inesperados para a liberdade dos curiosos personagens Bernardo, Sabastião, Caranguejo Se Achante Demais, Sombra Boa, e outros.

Uma encenação simples, delicada, sofisticada, inusitada, bela, concebida por artistas criadores comprometidos com a estética contemporânea da arte feita para crianças.

Luiz André Cherubini com vinte e cinco anos de trabalho contínuo, organizou ultimamente, com sucesso absoluto uma Mostra de Teatro para Bebês no Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, demonstrando assim sua surpreendente capacidade de comunicação.

A montagem está em fase de criação, com a estreia prevista para o início do mês de julho de 2012. A diretora de produção é Andréa Freire, e a produção executiva é de Belchior Cabral.

O mais supreendente de tudo isso foi a concordância do poeta que é, como se sabe, totalmente avesso a qualquer exposição pessoal. Ele se entusiasmou com o projeto e está aguardando o resultado final que promete, pela qualidade e competência dos organizadores, ser muito bem sucedido.

(*)Heitor Freire é corretor de imóveis e advogado.

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