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Márcio "Chevalier"

Por Heitor Freire | 07/10/2012 14:25

O cantor, compositor e instrumentista Márcio De Camillo, que sempre se distinguiu pela ousadia, coragem e criatividade, veio agora nos apresentar o espetáculo cênico CRIANCEIRAS, baseado na obra do maior poeta vivo da língua portuguesa: Manoel de Barros.

O CRIANCEIRAS faz parte de um projeto denominado CIRCUITO CULTURAL CRIANCEIRAS, englobando a poesia de Manoel de Barros, que inclui também o CD já lançado, e consta ainda de um ciclo de oficinas e workshops: Tudo que não invento é falso; Meu quintal é maior que o mundo e o concurso Curta Manoel.

O espetáculo CRIANCEIRAS reúne poesia, música, imagem e movimento para encantar e aproximar as crianças e seus pais. A cena é construída a partir do brincar dos intérpretes com a palavra do poeta, musicada e em interação com imagens físicas e projetadas que, delicadamente no desenrolar das intrigas, caçam jeitos inesperados para a liberdade dos curiosos personagens Bernardo, Sabastião, Caranguejo Se Achante, Sombra-Boa, Garça Branca e outros.

A direção é de Luiz André Cherubini, profissional com vinte e cinco anos de trabalho contínuo, criador e diretor do Grupo Sobrevento de São Paulo. Recentemente Luiz André organizou com sucesso absoluto uma Mostra de Teatro para Bebês no Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, demonstrando assim sua surpreendente capacidade de comunicação.

O CRIANCEIRAS é uma encenação delicada, sofisticada, inusitada e bela, criada por artistas comprometidos com a estética contemporânea da arte feita para crianças. O espetáculo foi concebido por Márcio De Camillo a partir do seu CD que leva o mesmo nome da peça. E agora as encenou, com iluminuras de Martha Barros – filha do poeta –, tendo como assistente de direção Andréa Freire, com a participação dos músicos Chicão Castro e Júnior Negretti e dos atores Ângela Montealvão e Geraldo Saldanha, todos do nosso estado.

O que impressiona na apresentação, além da estrutura melódica e criatividade na encenação, é a performance do Márcio que, totalmente integrado na ação, com  presença de palco e total domínio do espaço, transmite uma alegria que contagia toda a platéia. Ao terminar o espetáculo, o palco é literalmente invadido pelas crianças que vão cercando o Márcio, abraçando-o, beijando-o pedindo autógrafo nos seus bracinhos numa demonstração de carinho e de alegria.

A performance dele me transportou no tempo relembrando-me de um artista, Maurice Chevalier, ator, cantor, artista e performer francês, falecido em 1972, aos 84 anos. Chevalier foi considerado o melhor chansonnier da sua época, com capacidade extraordinária de comunicação e simpatia. Ele atuou nos palcos da Europa e também nos Estados Unidos, onde protagonizou alguns filmes de sucesso, como Gigi, recebendo  um Oscar honorário pelo conjunto de sua obra.

Prevejo que, a continuar com esse desempenho, De Camillo vai se constituir no nosso chansonnier caboclo, com projeção nacional e internacional, ele, inclusive, já cumpriu temporada na Espanha e em Portugal. O espetáculo vai agora seguir uma programação em São Paulo capital, em seguida no interior do estado de São Paulo e também em Minas Gerais.

As apresentações foram realizadas nos dias 4 e 5 últimos no Teatro Prosa, com sucesso de público e de bilheteria. Acredito que por essa repercussão, novos espetáculos deverão ser programados para a nossa cidade.

Márcio, certamente o seu pai, Rubens Gil De Camillo, arquiteto que deixou marcas em diversas obras em nossa capital e que foi o autor também do projeto do Teatro Prosa, seguramente está aplaudindo você em pé com muita alegria e entusiasmo. Meus parabéns.

(*) Heitor Freire é corretor de imóveis e advogado.

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