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Medalha Tiradentes x Jair Bolsonaro

Por Amarildo Cruz (*) | 15/04/2015 10:16

Todos os anos a Polícia Militar de Mato Grosso do Sul concede a Medalha Tiradentes, que é uma honraria oferecida pela instituição e destinada a premiar pessoas que prestaram relevantes serviços à causa pública do Estado.

Este ano, um dos homenageados é o deputado federal do Rio de Janeiro, Jair Bolsonaro (PP-RJ), defensor do retorno do Regime Militar no Brasil e do confronto com representantes do movimento LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros).

Além disso tudo, Jair Bolsonaro também protagonizou uma das cenas mais reprováveis e vergonhosas feitas por um parlamentar. Em dezembro passado afirmou que só não “estupraria” a deputada Maria do Rosário (PT-RS), ex-ministra dos Direitos Humanos, porque ela “não merecia”. A ofensa foi promovida ao rebater um discurso dela, a qual defendia a Comissão da Verdade e investigações sobre os crimes cometidos pela Ditadura Militar no Brasil.

Penso, então, que a homenagem não deva ser concedida a ele. Jair Bolsonaro está longe de ser um Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, que é reconhecido como mártir da Inconfidência Mineira, patrono cívico do Brasil e também das Polícias Militares dos Estados e herói nacional. Tiradentes morreu lutando por uma sociedade melhor para todos.

Causa-me perplexidade saber que a Polícia Militar decide homenagear esse cidadão. Há pouco dias a Ordem dos Advogados do Brasil pediu ao presidente da Câmara Federal a cassação do mesmo por campanha de ódio. Ele está sendo acusado de quebra de decoro parlamentar devido à divulgação de vídeos considerados difamatórios.

Bolsonaro teria editado a fala de um professor do Distrito Federal em audiências na Câmara para acusá-lo de pedofilia e fez o mesmo com a fala de uma psicóloga. Ele utiliza imagens de deputados a favor da causa homossexual para dizer que eles são contrários à família.

Defendo e reconheço a importância da entrega da Medalha Tiradentes, mas que ela seja concedida para quem realmente mereça, e não para alguém que persegue setores que merecem todo o nosso respeito. Penso que  a instituição devia rever sua decisão.

Precisamos homenagear pessoas que lutam por um mundo melhor, não aqueles que defendem um período que não deixou saudades. Viva a Democracia! Viva um País Livre e sem Preconceitos!

(*) Amarildo Cruz é deputado estadual e agente tributário estadual.

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