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No caminho certo

Por Antonio Russo* | 15/12/2011 17:39

O ano de 2011 ficará marcado na nossa história como aquele em que o Brasil começou a definir com maior clareza seu papel no protagonismo mundial. É importante ressaltar que a consolidação de políticas estruturantes que vinham sendo construídas há várias décadas, somente agora atingiram o ponto de maturidade para serem definitivamente implantadas.

Acredito que conseguiremos vencer os obstáculos, superando as grandes diferenças que separam as diversas classes sociais, melhorando a saúde e implantando uma educação pública e privada de alta qualidade. E isso será possível graças ao processo de participação cada vez maior da sociedade nas instâncias de decisões políticas.

O Brasil teve a sorte de ter sucessivos presidentes que compreenderam que gerir com competência e senso de justiça nosso País é um processo de continuidade e não de ciclos estanques. Superamos a fase no qual o governante da hora fazia o desmonte da gestão anterior, com a chamada “política de terra arrasada”.

Com isso, a classe política incorporou a ideia de convergência naqueles pontos essenciais de interesse do País. A oposição, neste aspecto, é cada vez mais construtiva, abandonando inclusive o pensamento do “quanto pior, melhor”, exercendo um papel extremamente relevante de alerta e correção de rumos quando o Governo erra e tergiversa.

Outro ponto importante é a crescente liberdade de opinião que estamos conquistando. Sem uma imprensa livre, autorregulada, aguerrida, não poderíamos sequer imaginar atingir o estágio de desenvolvimento social em que nos encontramos. Só podemos almejar um lugar privilegiado no debate das grandes nações graças ao compromisso do jornalismo brasileiro com as questões essenciais de interesse nacional.

Vivemos num mundo interconectado. Nosso destino seguirá o rumo do fortalecimento da integração internacional permanente, não cabendo mais o pensamento isolacionista, cuja base se sustentava num nacionalismo deslocado que se escorava, grosso modo, num protecionismo comercial irracional.

Claro que a construção desse novo mundo não acontecerá de maneira trivial nem tranquila. As turbulências são inerentes a todo processo transformador. Estamos vivendo hoje os temores e as incertezas da crise europeia e sabemos que, consequentemente, haverá retração de mercado, as competições se acirrarão e, assim, as diferenças entre os países tenderão criar conflitos e dissonâncias.

Estes acontecimentos criarão novas demandas e também novas soluções. Na verdade, a humanidade vive seus melhores surtos criativos diante do grau de dificuldade que enfrenta. Por isso, veremos os países emergentes ocupando novos espaços no jogo econômico internacional. Esse é um quadro irreversível, que determinará uma mudança nos aspectos culturais, socioeconômicos e geo-referenciais de todo o planeta.

Por isso, o Brasil terá que ser igualmente criativo para se inserir nesse processo, garantindo a ampliação de seus espaços comerciais, visando a manutenção do crescimento sustentável.

Na atual fase de incertezas, nossos olhos devem estar atentos ao fortalecimento de nossa base produtiva, notadamente do agronegócio e do setor industrial. Devemos nos preocupar com a desindustrialização e com as baixas taxas de investimento público. Eles poderão ser nosso “calcanhar de Aquiles”.

Nossa política macroeconômica, neste aspecto, está no rumo certo. As medidas contracíclicas, com ampliação e estímulo do crédito ao consumidor, redução de IPI, etc., já começam a apresentar resultados. A queda gradual da taxa de juros promovida pelo Banco Central vem mostrando – apesar de algumas críticas – ser acertada.

Certamente, nem tudo são flores. O crescimento inflacionário preocupa e os resultados do PIB no terceiro trimestre foram um sinal amarelo a nos alertar. Neste quesito, aliás, acho importante ressaltar que o setor agropecuário foi o responsável por um crescimento de mais de 3% de nosso PIB, o que impediu que tivéssemos uma taxa negativa ainda mais preocupante.

Por isso, foi importantíssima a sinalização que o Congresso deu ao País com a aprovação do Código Florestal, o que indica que no futuro teremos segurança jurídica para continuar produzindo e apresentando resultados positivos para a economia brasileira.

Temos bom s instrumentos para domar a crise que se avizinha. É chegada a hora de se pensar seriamente na execução de reformas para diminuir a carga tributária, incentivar ainda mais o crédito, garantir espaço de incentivo para a indústria nacional, fortalecendo nosso mercado doméstico, ampliando o poder de compra das novas classes médias, promovendo maior crescimento regional e, assim, reduzindo as desigualdades sociais.

Em 2012 teremos que ser criativos para colocar na mesa do debate temas fundamentais para manter o Brasil no ritmo do otimismo e do crescimento. Tenho certeza de que a presidente Dilma saberá tomar as decisões corretas, sem que sejam sacrificados os fundamentos da economia de mercado.

O Brasil é um País complexo, diverso, continental, com imenso potencial inexplorado, e que vem encontrando o caminho correto para garantir ao seu povo perspectiva de futuro. Sabemos que temos grandes desafios pela frente. Mas tenho certeza de que vamos superá-los.

(*) Antonio Russo é senador de Mato Grosso do Sul pelo PR.

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